Falta de segurança na escola reflete problemas que existem fora dela
Instituição, alunos e professores são afetados pelas diferentes formas de agressão

A escola deveria funcionar como um segundo lar. Um espaço de harmonia para aprender, fazer trocas intelectuais, criar laços de amizades e, claro, ter a sensação de segurança. Mas a falta de segurança na escola torna esse cenário ideal quase inviável em boa parte das escolas do país.

Negligência, vandalismo, violência contra professores, bullying e até mesmo agressões físicas. A situação preocupa e alerta para uma realidade de riscos nas instituições de ensino de todo o Brasil.

Na escola, da escola e contra a escola. Você sabe quais são os tipos de violência que predominam no ambiente escolar? Preparamos um post completo para que você saiba mais sobre a situação vivida por crianças, adolescentes e professores.

Segurança nas escolas

Violência da escola
É o tipo de violência que a acontece da escola contra seus alunos. Muitas vezes velada e sem deixar rastros como uma agressão física, geralmente ela abala o emocional e o psicológico de suas vítimas.

A violência da escola pode ser a negligência no ensino para um aluno que tenha dificuldades de aprendizagem, a exclusão daqueles que precisam de mais atenção, como os portadores de necessidades especiais, ou mesmo quando a escola vira as costas e se isenta de responsabilidade ou culpa por problemas que aconteceram dentro da instituição, como agressões, brigas, ameaças e casos de bullying entre seus alunos matriculados.

Violência contra a escola
A violência na escola também acontece dos alunos contra a instituição, seus responsáveis ou contra o próprio ambiente escolar. Os casos de vandalismo envolvendo a destruição do patrimônio da escola, bem como atitudes que prejudicam ou impedem o ensino são consideradas formas de violência contra a escola.

Nesse contexto, no entanto, o mais preocupante é a recorrência de casos de comportamentos agressivos de alunos contra seus professores.

Intimidações, ameaças, assédio, agressões físicas, verbais e a certeza da impunidade. Esses são os principais fatores que formam essa difícil situação para os educadores, principalmente no caso das escolas públicas.

Humilhações e agressões contra professores são alguns dos casos de violência na escola De acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Locomotiva, 84% dos professores têm a sensação de que a violência nas escolas públicas aumentou nos últimos anos no estado, outros 61% classificam suas escolas como violentas.

E não é apenas sobre sensação ou opinião. Quando o questionamento é sobre agressões concretizadas, os números ainda impressionam.
A pesquisa aponta ainda que 51% dos professores já sofreram algum tipo de violência em suas escolas estaduais. A agressão verbal é o tipo mais sofrido pelos educadores, e atinge 44% da classe. Bullying, agressão física, furtos, roubos e discriminação já vitimizaram 28% deles.

Para esses profissionais, a violência na escola reflete um comportamento que, muitas vezes, nasce em casa e vai além dos ambientes familiares e escolares: educação, drogas, álcool e conflitos entre adolescentes.

professores agredidos

Falta de Segurança na Escola
Em 2016, a violência na escola, verbal ou física, atingiu 42% dos alunos da rede pública, segundo pesquisa da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o Ministério da Educação e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI).

A violência e o sofrimento vão além das agressões físicas e homicídios, que acontecem em menor escala. A discriminação, as ameaças e os xingamentos, muitas vezes disfarçados de brincadeiras, dominam o ambiente escolar e causam traumas às vítimas. Além disso, podem tornar gatilhos para atitudes mais violentas.

Cerca de 70% dos alunos entrevistados na pesquisa relataram algum tipo de violência na escola naquele último ano. Desses, 65% apontaram um colega como agressor, outros 15% fizeram essa associação aos professores.Roubos e furtos representam 25% dos casos e as ameaças somam outros 21%.

Cyberbullying – O bullying e as ofensas muitas vezes ultrapassam os muros da escola e chegam ao ambiente virtual. Humilhações, exposições degradantes ou intimidações na internet, envolvendo redes sociais e aplicativos de conversa, representam 25% da violência relatada pelos alunos.

O cyberbullying preocupa familiares e educadores. Violência acontece dentro e fora do ambiente escolar

É possível evitar?
Nem sempre é possível mudar comportamentos e atitudes que vêm de fora da escola, mas alguns alinhamentos entre professores e famílias podem mudar a realidade de violência na escola para um modelo positivo e promissor:

Diálogo aberto com alunos – crianças e adolescentes precisam enxergar a escola como uma aliada de seus interesses, não como uma rival. A criação de um vínculo aproxima e estabelece confiança nessa relação. Dessa forma, a escola se mantém mais atenta às necessidades e problemas de seus alunos;
Escola e família unidas – É uma forma de alinhar expectativas de ambos os lados. Se o aluno estiver passando por alguma situação de violência na escola, os pais serão rapidamente avisados e, na contramão, se houver problemas em casa, a instituição passa a entender determinado comportamento reproduzido no ambiente escolar;
Conscientização – É fundamental oferecer para as crianças e adolescentes um ambiente de empatia, compaixão e respeito. Assim, é possível oferecer o que ela precisa em casos mais específicos, como um apoio psicológico, por exemplo;
Debate de ideias – A violência na escola precisa ser debatida em reuniões entre pais e professores. Ignorar ou agir como se o problema não existisse não o soluciona. A proposição de ideias e o debate para mudanças de comportamentos na escola e no ambiente para familiar são essenciais para que essa realidade comece a mudar.