Inversão de valores ou falta de respeito? Talvez uma representação dos dois problemas. Diariamente são relatados novos casos de professores agredidos por alunos em todo o Brasil. Os dados chocam e colocam em xeque a decisão e a situação de quem decide trabalhar pela educação no país.

Além de lidarem com escolas sucateadas, salas cheias, salários baixos e com raros aumentos, os educadores também convivem com alunos desrespeitosos e o risco diário de serem vítimas de todo tipo de agressão.

professores agredidos

No último ano, especialmente nas escolas estaduais do estado de São Paulo, o número de professores agredidos subiu expressivamente.

A postura dos alunos de dominação e desrespeito é como um pedido de socorro, já que expressa um problema de educação que começa em casa, com a família, e se estende ao ambiente escolar – com uma tendência que este comportamento siga por toda a vida.

O Violência Social preparou um post completo para que você entenda mais sobre a situação de professores agredidos no Brasil:

> Dados que impressionam: as estatísticas de agressões a professores em todo o Brasil e no estado de São Paulo;

> Desvalorização do professor X “Geração Cristal”;

> O caso do professor agredido recentemente em Rio das Ostras;

> Veja alternativas para mudar essa situação.

 

A realidade da violência: as estatísticas sobre professores agredidos

Em um aspecto negativo da educação, o Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial: a violência contra professores.

Uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos entre 11 anos e 16 anos) colocou o Brasil no topo do ranking de violência nas escolas.

Na enquete da OCDE, 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. O índice é o mais alto entre os 34 países pesquisados, sendo a média entre eles de 3,4%. Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia o índice é zero.

professores agredidos

São Paulo – Em 2018, o número de professores agredidos no estado de São Paulo cresceu 189%, segundo a Secretaria de Estado da Educação. Em média, três docentes são atacados a cada dois dias.

No período de janeiro a maio de 2017, foram 74 casos; no mesmo período deste ano, foram 214 ocorrências desse tipo de violência, representando uma alta de 189%. Em anos anteriores, o número não chegou a 100 casos. As agressões verbais são as mais comuns, mas os ataques físicos também acontecem com certa frequência.

 

Desvalorização do docente X “Geração Cristal”

Os educadores são desvalorizados dentro e fora da sala de aula. De um lado, precisam lidar com turmas superlotadas, falta de estrutura nas escolas, e a falta de um salário que seja justo à demanda de trabalho e aumento a cada determinado período de tempo.

De outro lado, os mesmos professores agredidos também precisam lidar com a chamada “geração de cristal”, de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada e que, além disso, se sente no direito de exercer dominação em relação a posições superiores, como os próprios professores.

 

Agressão a professor em Rio das Ostras

Nas últimas semanas, um vídeo que circulou e viralizou pelas redes sociais causou revolta. Em Rio das Ostras, no interior do Rio de Janeiro, alunos arremessavam objetos contra um professor e gritavam palavras de baixo calão dentro da sala de aula em uma escola municipal.

Além disso, as imagens mostram ainda a depredação da escola e um aluno que rasga a prova aplicada por ele. Em matéria ao Fantástico, o professor conta que pediu demissão, o aluno que mais se destaca no vídeo pediu desculpas a ele.

O docente afirmou que já havia sofrido racismo e que outros colegas também já foram alvo de violência dos alunos no próprio ambiente de trabalho. Apesar da tristeza, ele encara a situação como um pedido de socorro em relação à atual situação dentro e fora de sala e afirma que não desistirá da profissão.

 

Como mudar esse cenário?

É possível mudar a situação de professores agredidos nas escolas? As melhores formas para que isso ocorra é com diálogo e mudança de comportamento. Veja as principais possibilidades:

  • Diálogo – Converse com seu filho e demonstre que o diálogo é a melhor solução. Aproxime-se e tente deixá-lo também mais próximo de seus professores;
  • Proximidade com educadores e familiares – Mostre que pais e professores são confiáveis e amigos e devem ser vistos com proximidade;
  • Relação entre escola e família – Tanto a escola quanto os familiares precisam estar alinhados sobre o comportamento do aluno, identificando possíveis conflitos, desentendimentos e situações desestimulantes dentro e fora da escola.

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