Duas crianças que, por brincadeira pulam de um prédio para o outro, sem se importar com o perigo. Não é à toa que as imagens filmadas na China tiveram um impacto tão grande que rodaram o mundo e vieram parar nos noticiários brasileiros. Em casas de todo o país, a pergunta era uma só: como os pais podem garantir a segurança das crianças em prédios e condomínios?

Crianças brincam no topo do prédio, na China, e chegam a pular de um edifício para o outro. Foto: Reprodução/Youtube

Por mais segurança que os edifícios e condomínios fechados possam transmitir, afinal eles não possuem fácil acesso à rua como as casas, não podemos esquecer que esse tipo de construção tem uma questão de perigo bem grande em relação à altura e que requer cuidados específicos dos pais para que as crianças fiquem, de fato, protegidas.

E o primeiro ponto que deve ser considerado é a falta de noção de perigo dos pequenos. Conforme comenta Lícia Mahtuk Freitas, coordenadora da Câmara de Segurança do Trabalho do Ibape/SP, a ingenuidade e inocência dos mais novos pode acabar fazendo com que eles se coloquem em apuros.

“Independentemente das diferenças culturais existentes em diversas nações, com línguas, costumes e sonhos distintos, não restam dúvidas que as crianças sempre são mais inocentes que um adulto. Isso porque o adulto já passou por experiências ao longo de sua vida que o fazem diferenciar as situações fantasiosas das situações mais realistas. A criança, em sua doce ingenuidade, acredita no Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, na Fada Madrinha e, acredita que como o mocinho dos filmes de ação, pode pular de um prédio para outro que nada lhe acontecerá”, explica Mahtuk.

E é por isso que os pais e responsáveis precisam redobrar as medidas de segurança e conversar com frequência com as crianças, além de observar os comportamentos dos filhos ao longo dos dias e brincadeiras. Crianças que brincam de super-herói, por exemplo, precisam ser lembradas de que não podem voar! Pode parecer obvio para um adulto, mas na imaginação dos pequenos, tudo é possível.

“A orientação dependerá da habilidade de comunicação do pai, mãe ou responsável legal pela criança. É importante, dia a dia, fortalecer os conceitos de risco e perigo, orientando a criança sobre o que realmente é possível e o que é uma fantasia dos filmes, sem, contudo, roubar-lhes a inocência”, reforça a especialista.

 

Além disso, definir limites do que pode ser feito e até onde a criança pode ir sozinha a cada fase da vida é essencial. Crianças bem pequenas, devem estar sempre à vista. Com o passar do tempo, um pouco maiores, podem, por exemplo, ir sozinhas ao parquinho do prédio. Na adolescência, é comum que possam ficar sozinhas em casa ou sair sem supervisão. Mas para que todas essas pequenas independências do dia a dia sejam conquistadas com segurança, os pais precisam ter um diálogo claro e bem definido com as crianças.

Fazer uma lista de regras, com deveres, direitos e combinados da casa, é uma forma de ir acostumando mesmo os mais jovens ao que é ou não aceitável, seguro ou permitido. Sempre que a criança descumprir algo que está na lista, deve ser alertada e orientada sobre como agir dali para frente para que isso não se repita.

É importante lembrar, também, que os pequenos não são os únicos que devem se atentar ao que é ou não aceitável. Os pais e responsáveis precisam, também, organizar a rotina para que possam dar o exemplo de conduta e, mais importante, não deixarem as crianças sem supervisão.

“Deixar a criança trancada em casa sozinha ou com outra criança, não é uma boa alternativa, pois em caso de emergência, ninguém conseguirá acessar o recinto sem arrombar a porta. Deixar a criança em casa com a chave também não é recomendável, pois a criança não tem maturidade suficiente para distinguir a situação de risco da condição segura”, comenta Mahtuk.

Ou seja, a opção segura é: pedir para que um outro adulto fique com as crianças por um momento, ou leva-las com você. Crianças sozinhas em casa são um potencial risco que os pais não devem assumir, mesmo com os devidos dispositivos de segurança instalados.

Dispositivos de segurança

Por falar nos acessórios que auxiliam os pais a garantir a segurança das crianças, eles também merecem uma atenção especial. Nas janelas, as telas e guarda-corpos são essenciais. Já nos prédios, as câmeras e fechaduras com biometria são bons aliados para monitoramento e controle de acesso.

Mas não podemos esquecer a manutenção! “As barreiras físicas, como as telas de proteção e os guarda-corpos, são obstáculos, ou seja, funcionam como um impedimento, contudo, não são 100 por cento confiáveis. Se a sua tela de proteção for antiga, por exemplo, ou se não abranger toda a área, ou tiver algum corte, ela perde totalmente a sua funcionalidade e aquele ponto fraco pode ser a causa de um acidente grave. Os guarda-corpos, por sua vez, devem passar por inspeção e manutenção preventiva periódica para assegurar as suas características funcionais. A manutenção, quando negligenciada, torna o sistema de proteção um problema ao invés de uma solução”, explica a especialista em segurança.

O mesmo vale para os dispositivos de segurança em prédios. Sem o treinamento adequado das equipes, da manutenção à zeladoria, incluindo o síndico e o porteiro, de nada adianta contar com uma complexa rede de câmeras, fechaduras e controladores de acesso. Se a câmera, por exemplo, flagrar uma criança indo sozinha em direção à cobertura, o funcionário saberá o que fazer? Se ele não foi orientado, de nada servirá a gravação.

“A falta de treinamento para esse funcionário equivale ao corte na tela de proteção, ou seja, é o elo fraco da corrente. Por esse motivo é essencial que esses funcionários sejam treinados periodicamente, sobre os procedimentos (regras de conduta) em cada uma das situações previsíveis e não previsíveis. Assim, o administrador e o síndico do prédio, devem ser criteriosos nas análises de risco do ambiente que dirigem. Afinal, se for comprovada eventual negligência esses profissionais podem ser responsabilizados em uma investigação”, finaliza Mahtuk.

Sobre as crianças na China, apesar do susto elas conseguiram retornar em segurança para casa, mas sabemos que, nesse caso, não é possível contar apenas com a sorte e é imprescindível que todas as medidas possíveis sejam tomadas por pais, responsáveis, administradores de condomínios e mesmo funcionários, para que a segurança das crianças esteja sempre em primeiro lugar.

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