O nascimento de um filho é a realização de um sonho para muitas famílias. No entanto, esse momento pode se transformar também em um pesadelo. Isso porque muitas mães idealizam um parto cheio de afeto para a chegada do bebê, mas acabam se tornando vítimas da violência obstétrica.

Por muitas gerações, essa tipo de situação acontecia como uma violência velada. Pouco ou nada se falava a respeito, mas, por outro lado, traumas, medos e ansiedades rondavam as novas mães por vários anos.

violência obstétrica

A equipe do Violência Social preparou um post para você saber mais:

> O que é violência obstétrica e como ela acontece;

> Traumas que marcam uma vida inteira;

> A informação como arma para se proteger desse tipo de violência.

 

O que é violência obstétrica?

O nascimento é o momento mais esperado depois de nove meses de gestação e muita ansiedade para conhecer o novo membro da família. Mas a violência obstétrica pode trazer traumas e memórias difíceis para um dia que deveria ser tão especial.

Tratamento humilhante, agressões verbais, recusa de atendimento, escárnio, intervenções desnecessárias, mutilações, procedimentos médicos sem autorização da gestante, privação de acompanhante ou mesmo pressão psicológica são apenas algumas das situações que acontecem nesse contexto.

De acordo com uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo realizada com mulheres que deram a luz nas redes pública e privada, cerca de 25% delas sofreram algum tipo de violência obstétrica. O número alto representa um caso a cada quatro nascimentos.

Além da violência psicológica, entre as situações que acontecem com mais frequência estão os exames de toque a todo instante, a separação de um bebê saudável logo após o nascimento, o desrespeito às preferências e pedidos da mãe, episiotomia desnecessária (corte na região do períneo, entre a vagina e o ânus) ou mesmo o agendamento de uma cesárea sem que haja comprovadamente uma necessidade clínica.

Essencialmente, a violência obstétrica acontece quando os interesses da equipe médica ou do hospital são colocados à frente do respeito aos desejos e às necessidades de uma mãe em trabalho de parto.

violência obstétrica

Separação entre mãe e um bebê saudável logo após o nascimento é uma das formas de violência obstétrica

 

Traumas por uma vida inteira

O impacto que a violência obstétrica tem na vida de cada mulher varia de acordo com a agressão sofrida. Além do medo de passar pela mesma situação em uma nova gravidez, elas convivem com os anseios causados pela agressão psicológica.

No caso da violência física, há o envolvimento emocional, marcas na pele e no psicológico, cicatrizes e ainda a recuperação de um procedimento cirúrgico invasivo desnecessário. Em determinados casos, como nas episiotomias, mulheres podem ter problemas em sua rotina sexual por toda a vida.

 

Informação é a arma contra a violência obstétrica

Embora o momento do parto seja de muita delicadeza e vulnerabilidade emocional e física, a informação funciona como uma arma para que as mulheres não se tornem vítimas de casos de violência obstétrica. Saiba como evitar:

  1. Informe-se: leia, pesquise sobre o assunto e entenda seus direitos;
  2. Crie um plano de parto: planeje com seu obstetra o seu plano de parto, que funciona como um documento que registra exatamente os desejos e expectativas da grávida para o momento do nascimento, assim como suas limitações, o que gostaria e o que não permite que seja feito;
  3. Comunique-se: a conversa com especialistas e com o médico que fará o parto é muito importante desde o pré-natal;
  4. Faça valer os seus direitos: a grávida tem seus direitos nesse momento especial, incluindo a presença de um acompanhante que pode assistir o parto. Entenda previamente tudo que lhe é permitido para que não seja vítima da violência obstétrica.

 

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