Você sabia que o Brasil é líder no ranking de agressões contra professores? Os docentes do país tem passado por momentos muito difíceis nos últimos anos e a falta de segurança na escola tem afetado, inclusive, a saúde física e mental daqueles que dedicam a vida a ensinar o próximo.

De acordo com dados de uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que contou com a participação de mais de 100 mil professores, a situação é bem preocupante.

Dos entrevistados, por exemplo, 12,5% afirmaram ser vítimas de agressões verbais ou intimidações de alunos. E a violência é constante, não um fato isolado. Além de crescer a cada dia. Em São Paulo, segundo levantamento feito pela GloboNews, o número de agressões a professores cresceu 73% em 2018 em relação ao ano anterior.

Já os dados divulgados sobre uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores de São Paulo apontam que mais da metade dos docentes da rede estadual de ensino afirmam já ter sofrido algum tipo de agressão, sendo a mais comum a agressão verbal (44%), seguida por discriminação (9%), bullying (8%), furto/roubo (6%), e agressão física (5%).

Consequências profissionais e pessoais

Como se “só” as agressões já não fossem graves o bastante, as consequências desse tipo de violência podem ser ainda mais preocupantes. Somente em 2018 a Secretaria Municipal de Educação emitiu 3.055 licenças por doenças relacionadas ao estresse e à depressão.

No Rio de Janeiro, o cenário é tão assustador quanto: um professor é licenciado a cada três horas por doenças ligadas ao estresse. Como esperar que as crianças tenham uma formação intelectual e emocional se os orientadores passam por tantas questões relacionadas ao medo e o estresse todos os dias? É inaceitável que a escola seja palco de violência contra o professor. Seja moral, pela intimidação desses profissionais, ou física.

Confira algumas das principais consequências da violência:

– Sintomas psicossomáticos: dores de cabeça, tontura, náusea, diarreia, enurese, sudorese, taquicardia, dores musculares, alterações no sono (insônia ou sono excessivo).

– Estresse: pode aumentar a vulnerabilidade a doenças, diminuindo a resistência imunológica.

– Saúde mental: Ansiedade, medo, raiva, irritabilidade, inquietação, cansaço, insegurança, isolamento, impotência, rejeição, tristeza, angústia, baixa autoestima, depressão e pensamentos suicidas, entre outros.

– Prejuízo na socialização: Ao serem afastados do cargo os professores podem acabar aumentando o isolamento social, gerando insegurança que pode afetar a confiança no outro, a capacidade de se expressar em público, de resolver conflitos e tomar decisões.