É impossível prever, mas é bem provável que um dia todo mundo vai precisar dos bombeiros ou do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O problema é que quem mais necessita desse tipo de atendimento de emergência pode ser afetado por aqueles que não levam a sério o compromisso desses profissionais. Os trotes ao Samu são recorrentes em todo o Brasil, mas, especificamente em algumas regiões, os dados sobre esse tipo de ligações impressionam ainda mais.
Desde que foi criado, o 192, que atende urgências e emergências médicas, tem que lidar diariamente com brincadeira, telefonemas mudos e comunicações de acidentes que não são verdadeiros.
Ainda que os índices venham diminuindo com o passar dos anos, os números ainda chamam a atenção e demonstram a necessidade de campanhas de conscientização. As crianças representam boa parte dos trotes ao Samu, mas são os adultos que fazem as ligações mais agressivas e até mesmo criminosas, fazendo com que equipes sejam deslocadas para ocorrências inexistentes.
Passar trotes ao Samu é crime, e neste post você vai entender mais a respeito:
> Trotes e comunicação de acidentes falsos: as ocorrências de 2018 no Distrito Federal;
> Conscientização e queda do número de trotes ao Samu em Manaus;
> Passar trote aos serviços de emergência é crime. Saiba de que forma isso coloca atendimentos em risco.
Trotes ao Samu no Distrito Federal
Das 903 mil ligações recebidas pelo Samu do DF em 2018, quase 70 mil foram trotes, sendo cerca de oito ocorrências desse tipo de ligação por hora. Como é possível verificar de quem parte a chamada, eles identificaram que um único número foi responsável por 200 trotes ao longo do ano. O 193, que atende os chamados do Corpo de Bombeiros, recebeu 33 mil ligações falsas no mesmo período.
Enquanto perdem tempo com informações falsas, atendentes, bombeiros, socorristas e toda a equipe de resgate poderiam estar cuidando de casos realmente urgentes.
Também no ano passado, nove carros dos bombeiros, um helicóptero e 25 militares se envolveram em um super esquema de salvamento no Lago Paranoá, em Brasília. Eles passaram mais de uma hora tentando resgatar uma pessoa que teria se afogado. No entanto, eles não encontram a vítima.
O motivo é que não houve qualquer afogamento. Os bombeiros descobriram que se tratava de um trote, deslocando equipes inteiras e deixando outros setores sem essa cobertura.
Trabalho de conscientização em Manaus
Em 2018, o número de trotes ao Samu de Manaus, no Amazonas, teve queda de 30% em comparação a 2017. Segundo balanço da Prefeitura, foram mais de 100 mil ligações do tipo, cerca de 43 mil a menos em relação ao ano anterior.
O número de chamados falsos ainda é bem alto, mas já teve queda considerável, que é atribuída às ações de conscientização da população, que incluíram também uma campanha publicitária.
Trote é crime e coloca atendimentos em risco
Passar trotes ao Samu é uma demonstração da falta de coletividade e de responsabilidade civil. Enquanto um atendente do Samu demanda tempo em uma ligação com xingamentos, sem som ou afins, ele deixa de atender alguém que pode ser ajudado até mesmo por telefone.
Isso sem contar os casos de comunicados falsos de acidentes em que equipes inteiras de resgate são deslocadas sem que haja vítima. Todo esse trâmite ausenta profissionais que poderiam contribuir com aqueles que realmente precisam do socorro.
Além de tudo isso, passar trote para uma autoridade pública é crime previsto no Artigo 340 do Código Penal, atribuindo comunicação falsa com o agravante de colocar em risco a vida de outras pessoas.
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