O topo do ranking nacional de denúncias de violência contra idosos, no primeiro semestre de 2016, é do Amazonas. Com as queixas aumentando muito nos últimos cinco anos, já estão cerca de três vezes maior do que em 2011. O estado registrou, de acordo com o Disque 100, um aumento de 52% em comparação com o primeiro semestre do ano passado.

A cada 100 mil habitantes, o Amazonas registrou 265 denúncias, ou seja: um total de mais de 10 mil denúncias apenas nos primeiros 6 meses do ano. Com cerca de 15% a mais do que o segundo colocado da lista, o Distrito Federal, o Amazonas se vê agora com uma grande tarefa pela frente: melhorar a qualidade de vida e segurança dos idosos.

A violência psicológica foi a maior queixa entre as vítimas. De acordo com o levantamento, os casos mais recorrentes de violência psicológica são de hostilização, humilhação e ameaça. Juntos, representam 82% das violações notificadas este ano. Esses números, infelizmente, não retratam apenas a realidade local. Como já vimos anteriormente aqui no VS, grande parte dos idosos brasileiros sofrem esse tipo de abuso e não sabem a quem recorrer.

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Sofrimento silencioso

Imaginem o seguinte cenário: um senhor de 80 anos é hostilizado, agredido verbalmente, negligenciado, e decide que precisa tomar alguma providência para que isso acabe. Quando decide denunciar, se dá conta: como farei isso contra meu próprio filho? Pois é, como também já falamos por aqui, mais da metade (58%) das violações partiram dos próprios filhos das vítimas. Em segundo lugar, figuram os netos como principais suspeitos

Sem saber a quem recorrer, os idosos acabam aceitando calados e precisam contar com a sorte de encontrar alguém em seu caminho que perceba a situação que eles enfrentam dentro de casa e decida denunciar. A análise do Disque 100 demonstra que quem mais realiza esse tipo de denúncia não é o idoso, e sim um desconhecido e vizinho. Para que possam entender o tamanho do problema: a cada dez violações contra os idosos, em média, seis foram cometidas dentro da casa da vítima. E somente 11% das queixas foram realizadas pelos próprios agredidos.