Uma das principais recomendações das autoridades durante a pandemia de COVID – 19 é o isolamento social. A medida, que diminui a velocidade de transmissão do novo coronavírus e, assim, evita uma sobrecarga no sistema de saúde, traz, no entanto, consequências emocionais.Principalmente para a população com mais de 60 anos, que é considerada grupo de risco e está sujeita a apresentar complicações graves.

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Os idosos de todo o mundo precisam abdicar de situações de convívio social, para que se mantenham seguros por mais tempo contra o novo coronavírus. Porém, as consequências (físicas e psicológicas) podem ser bastante graves.

As consequências do isolamento

A solidão e a tristeza são problemas cada vez mais presentes na realidade de todos, mas para as pessoas de mais idade essas aflições podem ter efeitos bastante graves. Por esse motivo, muitos estudos têm sido feitos ao redor do mundo para tentar identificar quais as sequelas que a solidão pode trazer para as pessoas nas faixas etárias mais avançadas.

Pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que o isolamento pode aumentar o risco de morte em 14% nos idosos. O estudo detectou ainda que o estresse provocado por essa sensação induz respostas inflamatórias nas células, afetando, entre outras coisas, a produção dos leucócitos, estruturas que defendem o organismo de infecções. Em uma rotina normal, isso já seria preocupante. Em meio a uma pandemia, é ainda mais sério que os idosos fiquem com o sistema de defesa comprometido.

Pesquisa semelhante foi feita pela Universidade de Brigham Young, publicada na revista especializada Perspectives on Psycological Science. Depois de comparar as estatísticas de mortalidade de idosos, a publicação constatou que a solidão é tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólico.

Recentemente, a revisão de 23 artigos científicos levou pesquisadores da Universidade de York a concluir que a solidão aumenta em 29% o risco de doenças coronarianas e em 32% o de acidentes vasculares.

A solidão dos idosos é grave e precisa, urgentemente, ser tratada com a seriedade que merece. Além de desencadear uma série de consequências físicas, ela também é responsável por uma alta taxa de depressão.É preciso que os mais jovens tenham consciência da responsabilidade afetiva para com os mais velhos. Que se abra espaço para refletir sobre a solidão na terceira idade e sobre o papel de cada um de nós na reversão desse cenário.

Como ajudar

Algumas atitudes simples podem ajudar a diminuir essa sensação de solidão durante o período de isolamento por conta do novo coronavírus:

golpe do falso sequestro

– Crie perfis para os idosos da sua família nas redes sociais e os ensine, pelo telefone, sobre como utilizar.

– Indique filmes e séries que eles possam assistir e que não falem sobre temas relacionados a doenças, epidemias e assuntos que façam com que eles se lembrem dos noticiários.

– Ligue com frequência para os mais velhos, converse, pergunte como ele está enfrentando a quarentena.

– Ajude com as compras na farmácia e supermercado. Vá aos locais por eles e deixe as compras na porta da casa dos mais velhos, com um bilhete dando força e incentivo.

– Faça planos com os idosos para quando a quarentena acabar. A perspectiva de um passeio, uma viagem, um encontro com a família, pode dar um motivo a mais para que eles se mantenham firmes.

– Se for trabalhar em casa durante a epidemia, considere fazer isso na casa do idoso, ou levá-lo para sua casa, para que cumpram o período de quarentena juntos. Caso faça isso, redobre o cuidado com a higiene e evite ao máximo sair na rua, para não expor o idoso a riscos desnecessários.