Mais um golpe vindo direto de dentro da cadeia preocupa a população. Dessa vez ele aconteceu em Porto Alegre, mas serve de alerta para todos aqueles que desejam comprar ou vender automóveis. Principalmente para quem vai usar a internet como meio de divulgação ou pesquisa.
Como o golpe acontece
De dentro da penitenciária, o chefe da quadrilha organizava toda a ação. Por meio de um celular clandestino, ele escolhe a vítima em um site de anúncios de veículos. Depois, ele entra em contato com a vítima e finge a negociação. Sim, tudo usando o telefone dentro da cela.
A conversa pode acontecer também pelo Whatsapp ou mesmo pelo chat do site de compra e vendas. A conversa se desenvolve normalmente, até que o “comprador” pede para ver o carro pessoalmente e assim finalizar a compra. O que as vítimas não esperam é que ao chegar ao local de encontro quem as esperam é um bandido armado, que leva o carro embora.
Tudo acontece muito rápido e, na maioria das vezes, outros pertences como celulares, carteiras e bolsas também acabam sendo roubados. A partir daí, começa a segunda parte do golpe, que fará uma nova vítima.
Clonagem e anúncio
Depois de roubar os carros, os criminosos levam os veículos para depósitos, onde os chassis e vidros são trocados para dificultar a identificação do veículo. As placas também são trocadas e os documentos falsificados.
Com a clonagem pronta, ele usam as mesmas páginas de classificados da internet para oferecer os veículos. Depois que surgem interessados nos carros roubados, a negociação é iniciada e, mais uma vez, quem comanda o contato com os “clientes” é o chefe da quadrilha, que está preso.
No dia marcado para o encontro com o interessado pelo veículo, o golpista avisa que teve um compromisso e outra pessoa vai em seu lugar, normalmente uma mulher que ele diz ser sua irmã ou esposa.
O encontro corre bem, eles chegam a um acordo de preço para venda do carro, normalmente abaixo do mercado para atrair as vítimas com mais facilidade, e o carro é entregue após o pagamento.
A dor de cabeça para essa segunda vítima começa na hora de passar o veículo para o próprio nome. É somente ao chegar no cartório que a pessoa descobre que os documentos são todos falsificados e que aquele automóvel é fruto de roubo,
Em apenas dois anos, dentro da cadeia, o chefe de uma das quadrilhas, investigada em uma operação divulgada pelo Fantástico no último final de semana, faturou mais de R$ 1 milhão.
Para evitar cair neste tipo de armadilha, quem está vendendo um veículo deve tomar muito cuidado com os possíveis compradores. A primeira precaução é sempre marcar o encontro em lugares bastante movimentados, de preferência bem próximo de uma base da polícia. Isso pode inibir a ação dos criminosos.
Já para quem vai comprar um veículo, a dica é pedir fotos dos documentos ou ao menos a placa do carro e o Renavan e consultar junto ao cartório ou Detran qual é a real situação do bem. Além disso, como já falamos anteriormente, toda oferta com preço muito abaixo do mercado deve ser vista com desconfiança.
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