O sonho de ter um corpo perfeito ou se livrar de algo que incomoda, como uma gordurinha ou um leve desvio no nariz, acabou levando dezenas de mulheres do Brasil a se tornarem vítimas de um grande golpe e a terem sérios prejuízos financeiros.

O golpe de falsa cirurgia plástica foi divulgado pelo G1 na última semana e expôs uma quadrilha que, com um plano bem elaborado e utilizando o sonho de dezenas de mulheres como ponto de partida, atuava em todo o país.

Como o golpe acontece

Por meio de vídeos publicados na internet, os golpistas ofereciam ótimos serviços com preços bem baixos. Além do orçamento não ser tão salgado, elas teriam a opção de dividir o serviço em várias parcelas baixas e sem juros. Esses serviços eram oferecidos pela SEA ( Sonho ou Sorteio Entre Amigas).

A justificativa para que as ofertas fossem tão tentadoras era de que o parcelamento funcionava como um consórcio. Grupos de 15 a 30 mulheres se uniam com o mesmo propósito e pagavam as parcelas antecipadamente. De acordo com os criminosos, existiria também a possibilidade de ser sorteada antes do final do pagamento para que o procedimento fosse realizado mais cedo.

O grande problema é que os valores pagos pelas vítimas nunca chegaram a nenhum hospital e nem mesmo foi repassado a qualquer médico. Mesmo assim, para que as vítimas continuassem acreditando no golpe, o grupo SEA publicava vídeos de falsas cirurgias e imagens de pacientes recém operados.

O caso foi denunciado às autoridades e tem sido investigado pela Delegacia de Repressão ao Estelionato como um golpe. Enquanto isso, as vítimas seguem ser o ressarcimento das altas quantias gastas com o falso consórcio.

Golpes contra o consumidor

De acordo com um levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), de setembro de 2017 a setembro de 2018 quase 8 milhões de brasileiros foram vítimas de algum tipo de golpe contra o consumidor.

O estudo verificou que a maior parte das ocorrências (41%) se trata de clonagem de cartão de crédito, mas também estão na lista infrações como uso indevido do nome para contratação de empréstimos (12%), utilização de documentos para abertura de crediário (10%), pagamento de boletos falsos (10%), clonagem de cartão de débito (7%), falsificação de cheque (7%), clonagem de placa de veículo (7%), dentre muitos outros que envolvem, inclusive, procedimentos médicos como os relatados acima.

Confira abaixo dicas para não ser pego por um golpe contra o consumidor.

  • Saiba de quem você está comprando. Certifique-se da idoneidade da empresa.
  • Desconfie de produtos com preço muito mais baixos do que os praticados no mercado e esteja sempre de olho em sites que comparam preços para não cair em falsas promoções, em que eles aumentam o preço original do produto para dar a sensação de que a margem de desconto está maior.
  • Pesquise sobre a reputação da empresa e sempre exija nota fiscal. Assim você estará garantido caso precise trocar o produto ou pedir seu dinheiro de volta.
  • Nada de aceitar os termos sem ler. Preste atenção em contratos e termos de garantia antes de assiná-los. Em caso de qualquer dúvida, procure um advogado. Um golpe muito comum das empresas é incluir cláusulas no contrato que anulam as anteriores e, com isso, você se vê desprotegido.