A violência não escolhe cor, crença ou classe social, mas parece ter uma tendência pelo gênero feminino quando se fala em assassinatos cometidos por pessoas próximas. No ano passado, mais de 87 mil mulheres foram vítimas de feminicídio em todo o mundo, de acordo com relatório publicado na última semana pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Cerca de 58% delas, mais de 50 mil, tiveram suas vidas encerradas em crimes bárbaros cometidos por pessoas próximas ou conhecidas – companheiros, antigos relacionamentos ou mesmo familiares. Isso significa seis vítimas de feminicídio por hora no mundo cometido por um conhecido.

Ainda de acordo com o documento elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (Onudd), esses índices e a proximidade entre vítimas e seus assassinos fazem com que o lar seja o “lugar mais perigoso para mulheres”.

vítimas de feminicídio

Os dados sobre feminicídio assustam e alertam para uma triste realidade disseminada por todo o planeta: mulheres morrem pelo simples fato de serem mulheres. Neste post, você vai entender ainda mais sobre esse crime:

> Vítimas de feminicídio: um comparativo entre diferentes regiões do globo;

> O caso de uma estudante de 16 anos morta pelo ex namorado, que não aceitava o fim do relacionamento;

> Igualdade de gênero, luta e denúncias.

 

Vítimas de feminicídio por regiões

Embora o assassinato de mulheres aconteça por todo o mundo, regiões como a África e as Américas são onde as mulheres correm mais risco de serem vítimas de familiares e companheiros.

Na África, o índice é de 3,1 vítimas a cada 100 mil mulheres. Nas Américas, o número fica em 1,6 vítima. A Oceania acompanha o índice mundial, com 1,3 mulher assassinada pelo fato de ser mulher a cada 100 mil. Os índices mais baixos ficam por conta da Ásia, com 0,9, e na Europa, de 0,7 a cada 100 mil.

 

Estudante de 16 anos é morta pelo ex namorado

Uma das vítimas de feminicídio foi Luana Maciel dos Santos, de 16 anos, estudante de Apiaí, no interior de São Paulo. Ela estava na casa de sua irmã quando foi esfaqueada e morta pelo ex namorado.

A jovem não quis reatar o relacionamento com Josemar de Paula Siqueira, de 33 anos. A principal motivação para o feminicídio foi vingança, já que ele não aceitava o fim do namoro com a menor.

Conhecido como “Baixinho”, ele havia sido visto com Luana poucas horas antes de sua morte. Com essa informação, a polícia o encontrou no mesmo dia na cidade e ele foi preso em flagrante.

 

Igualdade de gênero: luta e denúncias

vítimas de feminicídio

De acordo com o documento da ONU em que são divulgados os dados do estudo, “as mulheres continuam pagando o mais alto preço como resultado dos estereótipos de gênero e desigualdade”.

Para a organização, o principal ponto na luta contra o feminicídio é envolver homens e desenvolver uma política de prevenção, com a “educação precoce de meninos e meninas, que aprova a igualdade de gênero e ajude a quebrar os efeitos negativos dos papéis de gênero estereotipados”.

Denúncia – Denunciar é uma das principais ferramentas contra o feminicídio. A violência doméstica acontece diariamente em todo o mundo, mas muitas mulheres ou testemunhas desse crime se calam, e as consequências podem ser fatais. Saiba como reportar a violência contra a mulher:

> Disque 180: o canal oferece apoio e orientações à mulher. A denúncia é encaminhada para o órgão local, como as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), de acordo com cada estado. O serviço é gratuito e funciona 24h, todos os dias;

> Disque 100: contato disponível para denúncia de topo tipo de violação de direitos humanos;

> Registros presenciais: a violência também pode ser registrada diretamente em uma Delegacia Especial ou diretamente na mais próxima à sua residência.