Você se sente protegido dentro de casa? Nem todas as mulheres compartilham desse mesmo sentimento. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o lugar mais perigoso para a mulher é o próprio lar.
A principal razão é o crescimento preocupante dos números de feminicídios, abusos e violência doméstica em todo o mundo.
Em 2017, das 87 mil mulheres assassinadas em todo o mundo, cerca de 50 mil foram vítimas de um atual, um ex-parceiro ou de um familiar. O total é equivalente a 137 mortes por dia, cerca de seis por hora, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Os homens ainda são a vasta maioria entre as vítimas de homicídio, no entanto, mulheres são mortas simplesmente por serem mulheres. O feminicídio, o assassinato por ódio contra a mulher, é movido por motivos torpes como ciúmes e posse, por exemplo, e não necessariamente estão ligadas a outros atos criminosos.
> Desigualdade de gênero faz com que o lar seja o lugar mais perigoso para a mulher;
> Onde as mulheres são mais vítimas de seus parceiros no mundo;
> Saiba como denunciar a violência no lar.
Lugar mais perigoso para a mulher
De acordo com o relatório da ONU, a proporção de vítimas assassinadas por parceiros ou familiares subiu de menos de meio, em 2012, para quase seis a cada dez mulheres no ano passado.
A desigualdade de gênero ainda é o principal fator para que o lar seja considerado o lugar mais perigoso para a mulher. Muitas delas foram assassinadas por parceiros abusivos, enquanto outras foram vítimas dos chamados crimes de honra ou disputas por dotes.
O feminicídio geralmente é o resultado final de uma série de abusos domésticos anteriores, agressões, violências doméstica e sexual.
Mundo: onde as mulheres são mais vítimas de seus parceiros e familiares
Na Ásia, principalmente, o lugar mais perigoso para a mulher é o próprio lar. No ano passado, o continente registrou 20 mil ocorrências de mulheres mortas por parceiros íntimos ou familiares. Em segundo lugar, ficou a África (19 mil casos), seguido pelas Américas (8 mil) e Europa (3 mil registros).
Apesar dos números, a África foi considerada o continente onde as mulheres têm maior risco de serem mortas dentro de casa. Lá, a proporção é de 3,1 vítimas a cada 100 mil mulheres. O menor risco é na Europa, com 0,7 vítimas por 100 mil.
Programas contra a violência de gênero e políticas públicas são agentes fundamentais dos governos para abordagem do assunto e mudança de cenário.
Como denunciar?
Nenhum lugar deveria ser perigoso para a mulher, principalmente o seu lar. É preciso que haja mais ações para combater a violência de gênero, incluindo maior coordenação entre a polícia, médicos e serviços sociais, além de serviços de apoio especializado que precisam estar disponíveis para mulheres em situações de risco.
Enquanto não há coordenação entre esses diferentes segmentos, a denúncia é essencial para a redução de casos de violência no lar e de feminicídios. Saiba como denunciar essa forma de violência contra a mulher:
– Disque 100: atende casos de violação de direitos humanos;
– Disque 180: o número atende casos de violência contra a mulher;
– Ligue para o 181: Disque Denúncia;
– Procure a delegacia mais próxima e registre um boletim de ocorrência.
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