Em primeiro de outubro é comemorado o Dia do Idoso em todo o Brasil. Criada com o o objetivo de promover a valorização daqueles que já passaram dos 60 anos, a data marca o aniversário de criação do Estatuto do Idoso, de 2006, que engloba leis e diretrizes de proteção às pessoas nessa faixa etária.

Apesar de ser um momento de valorização, o Dia do Idoso deve também ser marcado por discussões e reflexões. Isso porque, em nosso país, os mais velhos se tornaram a vítima preferida de estelionatários e golpistas. Se aproveitando de um grupo que está, de acordo com a lei, incluído na lista de consumidores hipervulneráveis, o idoso costuma ser alvo frequente de oportunistas.

De acordo com dados nacionais deste ano, 1.098 pessoas acima de 60 anos foram vítimas de algum tipo de golpe. Ou seja, uma média de cinco por dia.

A principal arma dos criminosos, nesse caso, é a simpatia. Depois de criarem uma conexão, seja de longo prazo ou momentânea, com as vítimas, eles lançam mão do charme e da simplicidade, simulando oferecer ou pedir ajuda, o que ilude a vítima.

Em todo o Brasil, o Disque 100, serviço do Ministério dos Direitos Humanos, contabilizou 37.454 denúncias de violações contra a pessoa idosa em 2018. Casos de negligência contra idosos e de violência psicológica lideram as denúncias (26,5%), seguidos por abuso financeiro e econômico (19%).

No caso dos golpes bancários, o alvo preferencial é a pessoa idosa, chegando ao número chega a 99%. Entre as principais táticas estão as abordagens nas proximidades de caixas eletrônicos – nas quais o criminoso oferece ajuda e aproveita a vulnerabilidade do idoso para enganá-lo – ou os golpes conhecidos como “bilhete premiado” e “motoboy do cartão de crédito”.

Como se proteger

Como já reforçamos aqui anteriormente, a principal forma de prevenção é estar sempre atento, não confiar em estranhos e sempre pedir ajuda a alguém da família (ou amigo próximo) quando for tomar decisões, principalmente as que podem comprometer seriamente a sua fonte de renda.

Além disso, é preciso que, nos bancos, os idosos só conversem e aceitem ajuda de pessoas devidamente uniformizadas e identificadas. O ideal é que se dê preferência pelo uso dos caixas eletrônicos que ficam na área interna do banco.

Outro ponto importante é nunca passar qualquer tipo de informação, seja pessoal ou bancária, pelo telefone. Uma boa dica é que o idoso diga para o atendente “quem cuida desse assunto é meu filho. Vou passar a ligação para ele”. Na grande maioria dos casos, só essa pequena tática já é o bastante para que o golpista saiba que o idoso não está sozinho e que não será uma vítima fácil. Nesse momento ele, provavelmente, desligará.

violência contra idosos

É preciso também ter cuidado redobrado com prestadores de serviço (técnicos de telefonia, TV paga e internet) que aparecem sem ter agendado o serviço, além de não fornecer qualquer informação sobre aposentadoria ou pensão por telefone, já que o INSS só faz recadastramento dos aposentados pessoalmente.

O que fazer ao cair em um golpe

Caso seja vítima de algum golpe, os idosos devem procurar imediatamente uma delegacia de polícia para relatar o fato. Só assim a polícia poderá iniciar o processo de investigação.