As guerras matam milhares de pessoas em todo o mundo, e quem sobrevive também precisa lidar com o rastro de destruição deixado por elas. A falta de alimentos e a desnutrição são algumas das consequências dos conflitos armados. De acordo com levantamento da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), a fome aumenta no mundo pelo terceiro ano consecutivo.

Chamado de Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, o relatório aponta que, em 2017, uma em cada nove pessoas no planeta se tornou vítima da fome. Além da violência e dos conflitos armados, as fortes crises econômicas e as questões climáticas são algumas das responsáveis pelo crescimento nos índices.

A fome aumenta no mundo e o número de desnutridos subiu de 804 milhões em 2016 para quase 821 milhões em 2017. O retrocesso faz com que a situação seja semelhante a um cenário de 10 anos atrás.

fome aumenta no mundo

A fome aumenta em todo o mundo e os conflitos armados são uma das principais causas da desnutrição de milhões de pessoas

Neste post, você vai entender mais sobre a atual situação da fome em todo o mundo e essa relação com a violência:

> O panorama da fome e da desnutrição no Brasil;

> Fome aumenta no mundo: situação nas zonas de guerra;

> Conheça os países mais afetados.

 

Fome e desnutrição no Brasil

A fome aumenta no mundo, mas no Brasil a situação parece estar mais estável. Também segundo o relatório da FAO, 2,5% da população brasileira está em grave situação alimentar. Como o Brasil não passa por nenhuma situação declarada de guerra, esse número não está necessariamente associado à violência.

Em 2017, mais de 5,2 milhões de brasileiros passaram um dia inteiro ou mais dias sem consumir alimentos ao longo do ano. Por outro lado, mais de 22% da população está acima do peso, sendo mais de 33 milhões de pessoas obesas.

 

Violência e fome: maior risco nas zonas de guerra

A maior parte das pessoas que passam fome no mundo está na Ásia, que abriga mais de 500 milhões de pessoas em grave situação de insegurança alimentar; seguido da África, onde á quase 30 milhões de famintos. Na América Latina, esse número chega a 9,8 milhões.

A média mundial é de 10,2 milhões de famintos, ou seja, uma em cada nove pessoas no mundo passam fome.

Os conflitos armados são um dos pilares da desnutrição em países da África e da Ásia, que não conseguem se organizar institucionalmente para dar início ao processo de desenvolvimento.

Segundo a instituição de caridade Save the Children, 600 mil crianças localizadas em zonas de guerra podem morrer de fome extrema até o final de 2018, à medida que a redução de fundos entra em vigor e partes em conflitos impedem a chegada de suprimentos a pessoas necessitadas.

fome aumenta no mundo

Áreas de conflitos impedem a chegada de suprimentos e o resultado é a morte de milhões de pessoas pela fome extrema

 

Países mais afetados pela fome

Em alguns países, o sofrimento da guerra se estendeu à nutrição. A fome aumenta no mundo, conheça alguns dos países que mais sofrem com ela em meio aos conflitos armados:

República Centro-Africana – O país está em guerra interna desde 2012 e o caos só piorou desde 2013. Entre 2004 e 2006, a fome atingia 39,5% da população num total de 1,6 milhão de pessoas. No período de 2015 a 2017, o índice chegou a 61,8% ou 2,8 milhões de habitantes.

Iêmen – Atingido por uma guerra de vários anos, o número de pessoas passando fome subiu 53% em 10 anos. A fome atingia 6,2 milhões de pessoas entre 2004 e 2006, cerca de 30% da população. De 2015 a 2017, chegou a 9,5 milhões, ou 34,4%.

Lesoto – Situado dentro da África do Sul e Estado independente desde 1966, o Lesoto é uma monarquia constitucional que convive com permanentes conflitos civis. Entre 2004 e 2006, a fome atingia 11,7% da população, ou seja, cerca de 200 mil pessoas. No período de 2015 a 2017, chegou a 12,8%, ou 300 mil habitantes.

Uganda – Mesmo com a tomada de poder de Yoweri Museveni em 1986, após uma guerra civil, o país mantém grupos em conflitos armados internos. O número de famintos mais que duplicou em uma década. Entre 2015 e 2017, o índice de pessoas em situação de fome chegou a 41,4% da população, mais de 17 milhões de ugandenses.

 

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