Todo dia 15 de junho é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa no Brasil. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa sensibilizar a sociedade em prol do combate à violência contra idosos e a disseminação do entendimento da violência como violação aos direitos humanos. O objetivo é garantir que todas as pessoas tenham direito de envelhecer com tranquilidade e sem sofrer qualquer tipo de abuso. No entanto, não é isso que vem acontecendo no Brasil.A cada hora pelo menos duas denúncias de violência e negligência contra idosos são registradas pelo Disque Direitos Humanos – Disque 100, serviço de atendimento telefônico gratuito do Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, que funciona 24 horas por dia. De acordo com o balanço oficial do departamento, em 2015 foram registadas 32.238 chamadas relatando violência contra idosos. Dessas, 39% eram sobre negligência, 26% violência psicológica, 20% abuso financeiro/econômico e violência patrimonial e 13,8% violência física. O perfil das vítimas por gênero ainda revela que as idosas são o maioria, com registro de denúncias somando 61% – contra 30% dos idosos e 9% não informados.O mais alarmante de toda essa situação é que no Brasil a população passa por uma mudança demográfica grande, com um número cada vez maior de pessoas com mais de 60 anos. Existem quase 20 milhões de pessoas idosas no país e segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em 2050 haverá duas vezes mais idosos do que crianças no Brasil.Se levarmos em conta também que a grande maioria das vítimas acaba se calando, por vergonha ou para proteger a família, por exemplo, podemos deduzir que o número de pessoas com mais de 60 anos que sofre violência diariamente é muito maior do que os assustadores divulgados pelo balanço do Disque 100.Para tentar ajudar a reverter essa situação, é importante que toda a sociedade tenha conhecimento sobre quais os crimes que podem ser denunciados para o Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e como proceder. O principal ponto é fazer com que a sociedade entenda que a violência contra a pessoa idosa não está relacionada apenas a agressão física.São inúmeros os tipos de abusos e incalculáveis os prejuízos que cada um deles trás para a vida das vítimas e de seus familiares. Para ajudar a esclarecer esse ponto, o portal Violência Social traz abaixo uma lista com as mais recorrentes formas de manifestação da violência contra a pessoa idosa:- Física: Inclui abuso e maus tratos físicos, que constituem a forma de violência mais visível e conhecida.- Negligência / abandono: Negligência é a omissão por familiares ou instituições responsáveis pelos cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social do idoso. Já o abandono é uma forma extrema de negligência.- Sexual: É qualquer ação na qual uma pessoa obriga outra pessoa a ter, presenciar ou participar, de alguma maneira, de interações sexuais.- Econômico-financeira e patrimonial: Consiste no usufruto impróprio ou ilegal dos bens dos idosos, e no uso não consentido por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais.- Autoinfligida e autonegligência: Quando a pessoa idosa ameaça sua própria saúde ou segurança por meio da recusa de prover a si mesma dos cuidados necessários.- Psicológica: Nesse ponto entram qualquer forma de menosprezo, desprezo, preconceito e discriminação, incluindo agressões verbais ou gestuais, com o objetivo de aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar a pessoa idosa do convívio social.A negligência foi a principal forma de violência praticada contra os idosos brasileiros nos últimos quatro anos. Em 2015 mais de 24 mil denúncias foram recebidas, cerca de 4 mil a mais do que em 2014. Os dados reforçam a vulnerabilidade da pessoa idosa no Brasil e mostram que ainda é necessário muito trabalho para que os idosos deixem de sofrer dentro de suas próprias casas e possam usufruir de sua aposentadoria sem preocupações.
Ao menos dois idosos sofrem violência a cada hora no Brasil
- 19 de julho de 2016
- Segurança do Idoso
- Érica Amores
Sobre a causa
Enquanto o Estado e gestores públicos não acabam com a violência, o que resta ao cidadão? Adotar medidas de defesa, mudando comportamentos pessoais e tudo mais que estiver a seu alcance! No "Segurança da Família" você terá acesso a informações sobre como se defender e evitar a violência, além de conhecer melhor os seus direitos! Leia mais
Envie seu Comentário