Um levantamento feito pelo UOL revelou que o estado de São Paulo registra, em média, um caso de estupro ou tentativa de estupro por dia em escolas e berçários. De acordo com o estudo, de janeiro até outubro de 2019 foram registrados 307 ocorrências.
A maioria dos casos envolve crianças de 0 a 11 anos, com 191 vítimas registradas. Já na faixa etária entre 12 e 17 anos, foram 77. Essa é uma triste porém já conhecida realidade. As crianças no Brasil sofrem diariamente com o abuso.
Até abril de 2019, por exemplo, o Disque 100 recebeu mais de 4 mil denúncias de abuso infantil. Segundo o estudo da Rainn, a maior organização social contra a violência sexual dos Estados Unidos, 93% dos casos acontecem quando o agressor é próximo e tem “poder” sobre a vítima, como pais, primos, tios, avôs, vizinhos e professores.
Como evitar
Por mais difícil que possa parecer, o assunto deve ser abordado com as crianças. Elas precisam saber nomear corretamente as partes do corpo e identificar o que é íntimo. Além de ser extrema importância que elas entendam que devem relatar aos pais quando algo fora do comum acontecer.
Muitas vezes, os abusadores pedem às crianças para manterem o ocorrido em segredo, seja ameaçando ela ou de maneiras lúdicas. Por isso, ensine que segredos não são coisas boas e que ele sempre pode e deve contar a você tudo o que acontece.
Saiba onde e com quem seu filho está
Você deve sempre saber onde a criança e está e quem está acompanhando. Se for preciso deixá-lo por horas com um adulto ou um adolescente responsável, tenha meios de vigiá-los por um tempo para saber como é esta relação ou prefira situações nas quais seu filho esteja junto a um grupo, pois isso dificulta a ação de abusadores.
Por exemplo, se você for inscrever seu filho em um acampamento, saiba quem são os monitores e qual preparo eles possuem para prevenir e reagir contra um possível abuso.
Além disso, sempre analise a reação da criança. Se ela demonstra não ter afeição por alguém próximo, que ela teoricamente deveria desenvolver afeto, tente entender o motivo.
Possíveis sinais de um abuso
É possível que a criança tenha alterações no seu comportamento, como:
irritação, ansiedade, dores de cabeça, alterações gastrointestinais frequentes, rebeldia, raiva, introspecção ou depressão, problemas escolares, pesadelos constantes, xixi na cama e presença de comportamentos regressivos (por exemplo, voltar a chupar o dedo). Outro sinal de alerta é quando a criança passa a falar abertamente sobre sexo, de forma não-natural para a sua idade, física e mental.
Se você notar algum desses sinais, tome cuidado com a sua reação, porque ela pode fazer com que a criança se sinta ainda mais culpada. O importante é apoiar a criança, escutar o que ela tem a dizer e não duvidar da sua palavra. Busque ajuda e orientação profissional para que o seu filho consiga falar sobre o ocorrido e lidar com o fato.
Informações: Catraca Live
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