O tráfico de drogas funciona como um negócio extremamente rentável em todo o mundo. O narcotráfico no Brasil movimenta cerca de R$ 15,5 bilhões por ano, de acordo com a levantamento da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, realizada em agosto de 2016.

Segundo esses dados, a maconha é responsável, anualmente, por R$ 6,68 bilhões. A cocaína gera outros R$ 4,69 bilhões; o crack, R$ 2,95 bilhões; e o ecstasy, R$ 1,189 bilhão.

Valores tão altos explicam porque o narcotráfico no Brasil, além de ser um grande negócio, é também alvo de guerras e justificativa para massacres. As cifras geram disputas entre facções criminosas de todo o país, como o Comando Vermelho (CV), o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a Família do Norte (FDN).

De um lado, Comando Vermelho e Família do Norte giram cerca de R$ 1 bilhão por ano. De outro, os negócios do PCC, que envolvem lavagem de dinheiro em segmentos como transportadoras e mercado imobiliário, chegam a volumes quase impossíveis de serem mensurados.

Mundo – O tráfico de drogas envolve um em cada quatro adultos no mundo e, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), movimenta cerca de U$S 320 bilhões ao ano.

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Anualmente, o narcotráfico movimenta bilhões de dólares em todo o mundo

O narcotráfico no Brasil impacta em todo o mundo? De onde vem a droga que entra e sai do país? Quais são as principais portas de entrada e saída desse mercado? Neste post você vai entender:

> Narcotráfico no Brasil: localização, distribuição e rota estratégica;

> Guerra contra as drogas precisa de investimento em inteligência.

 

O narcotráfico no Brasil

Segundo a ONU, são mais de 200 milhões de usuários de drogas em todo o mundo – considerando como usuário aquele que consome pelo menos uma vez ao ano.

Para abastecer esses consumidores, os grandes produtores mundiais estão na Bolívia, Peru, Paraguai e Colômbia – enquanto o Brasil quase nada produz. Como esse mercado interno não absorve tudo que é produzido e há grande demanda internacional, propicia a expansão desses negócios.

O Brasil é um país vulnerável à ação dos traficantes produtores por ser importante para o mercado interno, dado o alto número de usuários, e por sua posição geográfica, que permite atingir o mercado internacional, funcionando como um entreposto rumo aos países da Europa e África Ocidental.

À frente da própria Colômbia, do Equador, da República Dominicana e da Argentina, o Brasil foi o país mais utilizado como base de envio de cocaína para a Europa entre os anos de 2009 e 2014, segundo o Anuário das Drogas da ONU, de 2016. Nesse mesmo período, 51% do fornecimento de cocaína que chegou à África também saiu do Brasil.

Ingresso no país – Como as drogas chegam e o narcotráfico no Brasil segue? São diferentes portas de entrada para os entorpecentes no país. Aproveitando as brechas de fiscalização, os traficantes se aproveitam da vasta extensão territorial e de fronteiras.

A operação é de alta complexidade, já que esses criminosos abusam da criatividade para que as drogas entrem por rotas aéreas, marítimas e terrestres. Os portos também facilitam esse setor de “importação”. Tudo isso endossado por técnicas de dissimulação e o dinheiro da corrupção.

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Investimento em inteligência

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2016, em 2015 foram investidos R$ 23,9 bilhões em policiamento em todo o país. Enquanto isso, as despesas com informação e inteligência somaram apenas R$ 829,16 milhões no mesmo ano.

O policiamento é necessário, mas o investimento em inteligência precisa ser proporcional. Somente um serviço especializado é capaz de entender caminhos e rotas, desdobramentos, portas de entrada e de saída do narcotráfico no Brasil.

A especialização e o investimento técnico vai além do uso da força e é a principal arma na guerra contra as drogas.

 

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