Se fosse preciso definir o Brasil em uma única estação, é provável que ela seria o verão. Grande parte dos estados são banhados pelo mar e os climas amenos e quentes favorecem as idas à praia. Tanta familiaridade com as águas afasta o medo de acidentes, e vem daí as principais fatalidades e mortes por afogamento.

De acordo com pesquisa da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), uma pessoa morre afogada no Brasil a cada 91 minutos, sendo 16 óbitos por dia e 5.840 ocorrências fatais por ano. Os incidentes não fatais são estimados em 100 mil por ano. Ou seja, a cada 100 afogamentos registrados no país, cinco pessoas morrem.

mortes por afogamento

Números tão expressivos fazem com que o Brasil tenha o maior índice de mortes por afogamento da América Latina. Para você entender ainda mais sobre esse cenário, o Violência Social preparou um post completo:

> Os dados mais impressionantes sobre mortes por afogamento no Brasil;

> Crianças vítimas de mortes acidentais por afogamento;

> Saiba como proteger os pequenos e a si mesmo: veja como evitar incidentes em mares, rios e represas.

 

Mortes por afogamento

Ainda segundo o levantamento da Sobrasa, o número de homens que foram vítimas é 6,8 vezes maior do que o de mulheres. O estudo mostra, também, que 47% das mortes por afogamento são de vítimas de até 29 anos.

Em 75% dos casos, os acidentes acontecem em rios e represas. As piscinas são um capítulo à parte e exigem atenção, principalmente para os pais e responsáveis por crianças pequenas, mas a maior parte dos óbitos acontece justamente em águas naturais, em locais de água doce, como rios, represas, lagoas e cachoeiras.

Tocantins – Isso fica bem claro em estados como o Tocantins. Ainda que não seja banhado pelo mar, o crescimento dos casos de mortes por afogamento foi de 110% entre janeiro e julho de 2018. Foram 21 óbitos nesse período contra 10 na mesma época de 2017. Os casos aconteceram, principalmente, nos rios de água doce do estado.

 

Quando as vítimas são crianças

mortes por afogamento

Atenção é primordial quando as crianças estão na água, já que há risco de afogamento mesmo com poucos centímetros de profundidade

Segundo informações do Ministério da Saúde, entre as pessoas que morrem diariamente por afogamento no Brasil, três delas são crianças.

Em 2016, foram 913 mortes por afogamento de crianças de até 14 anos, segundo a ONG Criança Segura, citando números do Ministério da Saúde.

Essa é a maior causa de morte acidental entre crianças na faixa de um a quatro anos, sendo a piscina o local onde acontece a maioria dos incidentes, também segundo o Ministério.

Isso porque para que uma criança se afogue não é preciso de grandes profundidades, de águas naturais ou perigo iminente. Uma simples distração dos responsáveis pode acabar em tragédia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), bastam 5 centímetros de água para um bebê se afogar na banheira, por exemplo. Outro risco para as crianças são os ralos de sucção nas piscinas. Por isso, a atenção deve ser redobrada com os pequenos.

 

Melhor saída é a prevenção

Saber nadar não é uma garantia que evita o afogamento, principalmente em águas naturais. Por isso, é fundamental seguir algumas estratégias essenciais para evitar riscos de afogamento:

  • Prefira nadar em locais com a presença de salva-vidas;
  • Aprenda habilidades básicas de natação e técnicas para boiar, caso seja necessário;
  • Fique atento às placas que alertam sobre perigos no mar, tábua das marés e fuja das correntezas;
  • Caso esteja em uma situação que cause medo, como uma correnteza forte, não entre em pânico e tente agir racionalmente;
  • Não ingira bebidas alcoólicas e nem use drogas antes de entrar no mar.
mortes por afogamento

Fique alerta às placas que sinalizam o risco de afogamento e o perigo no mar

 

Com crianças:

  • Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas à água, nem mesmo por um segundo;
  • O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar mortes por afogamento;
  • Dê orientações e ensine a nadar. No entanto, não superestime a capacidade de natação de crianças e adolescentes e mantenha-se por perto;
  • Ensine os pequenos a não correr, não empurrar outras crianças na água e nem fingir afogamento;
  • Fique atento e mantenha contatos de emergência sempre à mão.

 

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