No Brasil, 37,1% ou 22 milhões de mulheres sofreram alguma forma de assédio em 2018, com predominância de vítimas jovens. Ocorreram 180 estupros por dia e a cada 2 minutos um registro de violência doméstica. No Carnaval, a violência é ainda maior. Segundo dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, nesse período há aumento de aproximadamente 20% da violência sexual contra mulheres.
Com o objetivo de fortalecer um carnaval sem assédio, a campanha #EuDecido elaborou cartilhas para explicar de forma simples e direta a diferença entre uma paquera e a importunação sexual. A ação foi idealizada pelo Núcleo de Gênero do Ministério Público do Estado de São Paulo!
A cartilha também orienta quanto a ofensas e discriminações por raça, gênero e orientação sexual, inclusive aquelas que fazem parte de marchinhas históricas. Confira algumas das principais orientações:
No Carnaval, foliãs e foliões podem se divertir, dançar, paquerar, mas existe uma regra básica: respeitar as outras pessoas. Sabe aquele ditado de que, quando um não quer, dois não brincam? No Carnaval, é a mesma coisa: se um não quer, não rola!
Ficam as dicas:
- Fantasia não é convite
- A pessoa se fantasiou para ela, não para você
- Bebida não é carta branca para avançar o sinal
- Bebida não é desculpa para quem avança o sinal
- Ofensa não é brincadeira
- Racismo, discriminação, homofobia, lesbofobia jamais!
- Beijo roubado é abuso
- Cantada grosseira é abuso
- Tocar o corpo de alguém é abuso
Muitas pessoas acham que o Carnaval é “passe livre” para fazer tudo. Não tem essa não! Pra curtir a festa sem se encrencar, leia com atenção!
- Curtir o samba com a turma: liberado!
- Elogiar com respeito: liberado!
- Sorrir: liberado!
- Conversar: liberado!
- Convidar pra dançar: liberado!
- Passar a mão: crime!
- Encoxar: crime!
- Usar palavras ofensivas: crime!
- Cantada de cunho sexual: crime!
- Xingar alguém porque ouviu “não”: crime!
- Empurrar ou ameaçar alguém; crime!
Para conferir a cartilha completa, CLIQUE AQUI.
Denuncie o assédio sexual nas ruas
Por muito tempo, milhões de mulheres em todo o mundo se calaram diante dos comportamentos de assédio. Muitas vezes encarado como uma simples cantada, outras vezes visto como uma atitude passível pelo simples fato de ser uma mulher.
No entanto, o silêncio não precisa e não deve ser mais uma realidade em relação a esses casos. Saiba como agir e denunciar, seja durante o carnaval ou ao longo de todo o ano:
- Caso mais pessoas estejam na rua e o assediador não esteja armado, dê um grito para que as pessoas ao seu redor percebam o que está acontecendo. Elas também podem se tornar possíveis testemunhas do seu relato;
- No carnaval, uma boa forma de chamar a atenção é levar um apito. Caso seja assediada, faça MUITO barulho e peça ajuda;
- Reúna o máximo de informações sobre o agressor que possam auxiliar na identificação: sinal físico, roupa específica ou tatuagem. Caso seja possível, reúna provas como vídeos e fotos;
- Na delegacia, se mantenha firme no propósito de processar o criminoso, autorizar uma representação e fazer o reconhecimento fotográfico ou visual;
- Após o boletim de ocorrência, você tem até seis meses para fazer a representação;
- Persista no processo e siga com a denúncia até o fim.
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