O litoral nordestino brasileiro foi cenário de mais um caso de ataque de tubarão. A vítima, um jovem de 18 anos, foi mordida enquanto nadava na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Um dia após o acidente e depois de passar por cirurgia, José Ernesto Ferreira da Silva não resistiu aos ferimentos e morreu.
No dia que o rapaz foi atacado, foram realizadas mais de 20 intervenções dos bombeiros para afastar os banhistas e fazer com que saíssem do local, já que havia perigo de tubarões. Na mesma área, menos de dois meses antes, um homem de 34 anos também sofreu ataque de tubarão.
As mortes por ataque de tubarão não remetem à violência urbana, mas levam à reflexão sobre uma importante questão que exige atenção e medidas protetivas no litoral brasileiro. Pensando nisso, preparamos um post para que você entenda:
> Os locais onde aconteceram mais casos de ataques e as cidades com maior risco para esse tipo de acidente;
> O caso de um sobrevivente à ataque de tubarão;
> Saiba como se prevenir.
Ataque de tubarão: áreas de risco
Dos 17 estados brasileiros cortados pelo mar, 11 deles têm histórico de incidentes com tubarões e banhistas, de acordo com dados da análise feita pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) . São mais de 100 casos no litoral do país, sendo no estado, em São Paulo e no Maranhão os maiores índices.
Pernambuco tem o maior número de casos e se tornou conhecido até mesmo internacionalmente por essa fama, registrando mais de metade dos ataques. Desde 1992, quando as ocorrências passaram a ser registradas, até hoje, foram 65 ataques e 25 mortes que integram a lista do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).
O boom nesse estado nordestino aconteceu em 1994, com 10 ocorrências. No entanto, os números continuam elevados, com mais de dois casos registrados por ano.
Sobrevivente
O caso de José Ernesto aconteceu na mesma área onde o potiguar Pablo Diego Inácio de Melo, de 34 anos, também sofreu um ataque de tubarão.
Depois de aproveitar um domingo jogando bola na praia entre amigos, ele decidiu tomar um banho de mar para tirar a areia do corpo. Com água até a cintura e a poucos metros da margem, o que pensou inicialmente ser a brincadeira de um amigo, era na verdade o ataque de um um tubarão-tigre.
Melo teve a perna e parte do braço direito amputados. O potiguar passou por cirurgias e mais de um mês internado para se recuperar dos ferimentos e receber alta.
Cuidado – perigo no mar!
Os incidentes de ataque de tubarão são imprevisíveis. Além disso, diferente do que algumas “lendas” urbanas falam, não há uma característica facilmente perceptível, como o famoso ‘cheiro de melancia’, que indique a presença do animal nas águas.
Pouco se sabe ainda sobre os motivos que levam o estado de Pernambuco a liderar disparadamente o ranking de ataques de tubarões, no entanto, a ciência trabalha a cada dia buscando respostas para as ocorrências.
Uma das características já identificadas pela UFRPE é que cerca de 30% dos casos registrados ocorreram em áreas onde ocorrem as correntes de retorno – o que remete aos ataques terem acontecido depois de um princípio de afogamento.
Você pode evitar ser atacado por tubarões, algumas atitudes podem garantir a sua sobrevivência ou até mesmo que passe despercebido por ele. Saiba como se proteger!
> Respeite as placas de sinalização – as praias que já registraram ocorrências de ataque de tubarão possuem sinalizações que pedem para que os banhistas evitem entrar no mar e proíbem a prática de esportes náuticos;
> Não se afaste muito da praia – quanto mais fundo, mais fácil que você se aproxime dos tubarões. Além disso, a distância pode dificultar o socorro;
> Permaneça em grupo – os tubarões preferem atacar pessoas sozinhas;
> Evite entrar no mar ao entardecer ou à noite – essa é a hora que os tubarões vão à caça de alimento;
> Não entre no mar com jóias ou elementos brilhantes – o brilho atrai o animal;
> Fuja dos trechos utilizados por pescadores – os restos jogados fora e o cheiro de peixe também chamam os tubarões.
Caso você não consiga evitar a aproximação do animal, mantenha a calma. Algumas posturas tomadas com cautela podem impedir um ataque e ajudar que você sobreviva.
> Não faça movimentos bruscos – algumas atitudes podem fazer com que o tubarão o identifique com o comportamento de suas presas habituais;
> Não dê as costas e fique sempre atento sobre onde o tubarão está – mantenha uma posição defensiva e, se possível, encoste em superfícies como um recife, dessa forma, o animal não poderá ficar rodando a sua volta, comportamento típico que antecede um ataque;
> Fique abaixo do tubarão – se não for possível correr, nadar ou sair da água (lembre-se, tubarões nadam bem rápido e podem atingir até 70km/h), procure estar abaixo do tubarão. Ele só ataca de baixo para cima ou em avança em frente, dificilmente se curvará para baixo para atingir seu alvo;
> Caso seja atacado, revide! – com essas atitudes, é bem provável que o tubarão nem mesmo o ataque, mas se isso acontecer, lute. Utilize objetos como câmera fotográfica, cilindro para respirar e arpão para atacar pontos sensíveis do animal, como olhos, guelras e focinho.
> Sem esse tipo de arma em potencial, utilize braços e pernas para dar chutes, cotoveladas e socos rápidos nesses pontos. Oferecendo resistência e percebendo que você não é tão vulnerável quanto ele imaginava, é bem provável que desista e vá embora.
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