Pedófilos, estupradores e criminosos de todos os tipos se aproveitam das facilidades e da falsa sensação de impunidade e anonimato do ambiente virtual. Por outro lado, as redes sociais e os novos caminhos da tecnologia contribuem no combate à violência e aos crimes sexuais.

Seja como um facilitador para as provas de um crime, uma arma para denúncia ou mesmo um caminho direto às autoridades e à Justiça, a tecnologia contribui para a resolução de casos e para que a polícia chegue diretamente aos suspeitos.

> Redes sociais e conversas por aplicativos podem funcionar como provas em casos de crimes sexuais;

> Tecnologia a favor de mulheres que sofrem importunação sexual em Belo Horizonte;

> Importunação sexual é crime. Entenda mais sobre ele e saiba como denunciar.

 

Conversas e redes sociais podem servir como provas de crimes

crimes sexuais

De um lado, criminosos se aproveitam da proximidade e do “anonimato” proporcionados pela internet para se aproximarem de potenciais vítimas. De outro, familiares, Justiça, autoridades e podem público aproveitam essa ferramenta para descobrir como esses bandidos agem.

Isso foi o que aconteceu com uma mãe que flagrou o próprio namorado. Depois da sinalização de sua filha de apenas 11 anos sobre a forma como o homem a abraçava, a mãe se passou pela criança em um aplicativo de troca de mensagens.

Além de ameaças à menina para que ela não contasse a ninguém sobre a conversa, o homem encaminhava mensagens pornográficas, fotos incluindo nudez e pedia fotos da criança nua.

Todos esses elementos serviram como prova para a mãe, que terminou o relacionamento e o entregou à polícia.

Gravações, áudios enviados, troca de mensagens, ligações gravadas e qualquer conteúdo de redes sociais têm sido cada vez mais usados nas investigações contra suspeitos de crimes sexuais.

Na maior parte dos crimes sexuais que terminaram em prisões em 2018 no estado de São Paulo, as vítimas eram menores de 13 anos, e o número de suspeitos por crimes sexuais cresceu 17% no estado. Em casos mais específicos, a Justiça pode determinar a quebra de sigilo para a polícia tenha acesso a informações.

 

Tecnologia a favor das mulheres que sofrem assédio em BH

O transporte coletivo é um dos locais onde as mulheres são mais assediadas. Em meio a ônibus e metrôs lotados, criminosos se aproveitam e fazem vítimas de sua importunação sexual. Seja por vergonha ou medo de denunciar, muitos desses casos são subnotificados.

E é para mudar isso que a tecnologia está dando coragem para que mulheres de Belo Horizonte, em Minas Gerais, denunciem casos de constrangimento sexual dentro dos ônibus. As linhas são rastreadas por GPS e, em caso de emergência, o motorista aciona a Guarda Municipal.

crimes sexuais

Na cidade, o apito virou símbolo de combate ao assédio. Milhares de unidades de apitos são distribuídos para as passageiras e, em caso de importunação, o assovio funciona como uma verdadeira rede de apoio que alerta o motorista a tomar a devida medida.

Em Minas Gerais, os casos de importunação sexual dentro do transporte coletivo saltaram de 28 para 54 casos em um ano. Desde que esse trabalho começou, em outubro do ano passado, cinco homens foram parar na delegacia.

 

Importunação sexual

A importunação é um dos crimes sexuais mais presentes no cotidiano das cidades. Desde setembro de 2018, ele é considerado crime. Os casos devem ser registrados para que os responsáveis sejam punidos.

Até mesmo falas de conteúdo sexual, que causam constrangimento, são passíveis de punição. A pena para quem pratica atos de importunação sexual varia de um a cinco anos de prisão. Saiba como denunciar:

– Disque 100: atende casos de violação de direitos humanos;

– Disque 180: o número atende casos de violência contra a mulher;

– Ligue para o 181: Disque Denúncia;

– Reúna provas e procure a delegacia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência;

– Pelo monitoramento da campanha Chega de FiuFiu: http://chegadefiufiu.com.br/.

 

 

Leia também

Mulheres sofrem assédio em serviços de transporte por aplicativo