Você sabe o que fazer caso seja vítima de um sequestro ou qualquer tipo de situação que envolva reféns? Uma das experiências mais assustadoras e traumáticas que alguém pode experimentar, os sequestros são, infelizmente, mais comuns do que se imagina.
Uma estimativa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) estabelece o índice anual de 0,2 sequestro a cada 100 mil habitantes no Brasil. Isso significa que a cada ano cerca de 420 casos são registrados. Isso sem contar os casos de desaparecimento que não tem comprovação de cárcere privado e que por isso não são computados.
É por isso que saber como agir em uma situação de sequestro é tão importante. Seja em um sequestro relâmpago ou em um longo cárcere, é essencial que a vítima tome cuidados para garantir a sua integridade física.
Fique calmo
Sim, parece impossível ficar calmo enquanto é feito de refém. Mas é preciso tentar. Passado o susto inicial da abordagem dos criminosos, tente recobrar a o equilíbrio e se coopere com o seu sequestrador.
Não faça ameaças, não reaja e tente não tomar nenhuma atitude agressiva que faça com que o bandido fique ainda mais nervoso. Principalmente caso você perceba que ele está sob efeito de alguma substância ou em uma crise psicótica.
Seja observador
Manter a calma vai ser importante também para que você possa seguir essa próxima dica. Você deve tentar observar e lembrar o máximo possível. Lembre-se de algumas das questões abaixo e tente, com isso, reconhecer onde você está, quais são suas chances de fuga e se os sequestradores estão muito alterados ou aparentam querer te soltar.
- Quantos são?
- Estão armados? Se sim, com o que?
- Eles estão em boa condição física?
- Como eles são fisicamente?
- Qual a idade deles?
- Eles parecem estar bem preparados?
- Qual o seu estado emocional?
- Para onde você está sendo levado?
- Você conhece esse local?
- Você está ferido ou machucado?
- De que forma você está preso? Qual a sua liberdade de movimentos?
Mantenha a mente e o corpo ocupados
Caso o sequestro se estenda por algum tempo, caberá somente a você a manutenção da sua saúde física e mental. Por isso, crie uma disciplina de adaptação ao local e à situação. Imagine que aquela será sua “moradia” por algum tempo e que por isso você deve se acostumar.
Tente não perder a noção do tempo. Calcule aproximadamente quantas horas você está no cativeiro, com base no horário em que foi capturado. Estabeleça, com base nisso, um horário para dormir e para realizar atividades físicas. Mesmo que esteja amarrado, tente meditar, fazer alguns movimentos e não deixe que o corpo padeça.
Interação com o sequestrador
Caso o sequestrador venha conversar com você, tome cuidado para não passar informações demais e que podem atrapalhar ainda mais a negociação. Diga que a família não tem a quantia para pagar o resgate, coma tudo o que for oferecido e, dentro do possível, obedeça.
Caso seja portador de alguma doença (coração, diabetes, pressão alta e outras) que necessite a utilização corriqueira de algum medicamento, informe os sequestradores. Acredite, se eles estão te mantendo refém para conseguir algum dinheiro em troca, você “vale” mais pra eles saudável e vivo. Portanto eles provavelmente providenciarão o remédio.
O momento do resgate
Por mais feliz que você esteja por perceber que o resgate chegou, não se esqueça: esse é o momento mais perigoso de todo o sequestro. Os maiores riscos são: o desespero dos sequestradores e o fato de a polícia não saber quem é você.
Ao ser pego de surpresa o sequestrador pode tentar te usar como uma proteção, para que a polícia não se aproxime. Além disso, a polícia não saberá que você não é um dos bandidos até que o resgate termine. Por isso, ao menor indício de que o local está sendo invadido, se proteja. Sente no chão, se esconda atrás de alguma mesa ou cadeira e tente se manter fora do campo de visão dos bandidos.
Além disso, obedeça as ordens da polícia. Não importa que você seja a vítima, se eles te pedirem para deitar no chão e colocar as mãos na cabeça, faça! Permaneça calmo e deixe as pessoas do resgate tranquilas. Assim que eles perceberem que você é o refém, você estará fora de perigo.
Caso decida fugir
Sim, nós sabemos, é da natureza humana tentar fugir de uma situação de cárcere privado. Mas caso decida fugir, tenha em mente que os riscos são MUITO grandes. Considere os seguintes pontos antes de planejar, de fato, uma forma de escapar.
- Qual é a sua condição física? Ferimentos dificultam a possibilidade de sucesso na fuga.
- Você se lembra do entorno do cativeiro? Caso fuja, terá para onde correr?
- As negociações parecem estar indo bem? Se houver o indício de que vai ser solto, para que fugir?
E não se esqueça: eles planejaram cada detalhe do crime com cuidado, então você está em desvantagem.
BÔNUS – Caso seja colocado no porta-malas
Se um dia você for jogado dentro do porta-malas de um carro, chute as lanternas traseiras até que elas saiam, estique seu braço pelos buracos e comece a gesticular. O motorista não poderá ver você, mas as pessoas e os outros motoristas que estiverem circulando por onde seu veículo passar, verão.
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