Demonstrar afeto e carinho deveriam ser ações normais de quem está em um relacionamento. Amor não ofende ou, pelo menos, não deveria ofender. No entanto, as pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) convivem com o preconceito e com a insegurança ao expressar atitudes e sentimentos que deveriam ser normais. Os casos de homofobia se manifestam no mais diferentes espaços públicos.

É cada vez maior o número de casais do mesmo sexo que já passaram por algum tipo de discriminação em bares e restaurantes. As ofensas e humilhações vão além da agressão verbal e, muitas vezes, chegam à violência física.

Os casos de homofobia vão além e atingem não só casais LGBT. Amigos, amigas, pai e filho. São inúmeras as situações que heterossexuais foram confundidos e agredidos em casos claros de intolerância de gênero ou sexual.

Pensando nisso, o VS trouxe uma reflexão sobre casos de homofobia que acontecem em todo o país, e quando preconceito e falta de respeito atingem também os espaços públicos.

> Veja pesquisa e números sobre casos de homofobia e intolerância em São Paulo;

> Conheça o caso de homossexuais agredidos em comércios e locais públicos;

> Saiba como denunciar a LGBTfobia.

casos de homofobia

Afeto e intolerância

Uma pesquisa inédita da Rede Nossa São Paulo aponta que quatro em cada 10 paulistanos são contra demonstrações de afeto, como beijos e abraços, entre homossexuais em locais públicos. Quando o assunto é homofobia e respeito, a tolerância parece só se fazer presente quando a situação está “distante”.

Somente 22% dos moradores de São Paulo aprovam a troca de carinho publicamente entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 43% são contrários e 30% não são nem a favor, nem contra.

O resultado se mantém expressivo, ainda, quando o assunto tangencia familiares. Cerca de 38% dos entrevistados rejeitam e só 23% se declaram a favor da demonstração de afeto na frente de familiares.

Segundo a pesquisa, a tolerância e a favorabilidade à convivência íntima entre pessoas LGBT é maior entre jovens mais escolarizados e com maior renda.

De acordo com o estudo Viver em São Paulo, focado em diversidade sexual, os espaços e o transporte públicos são os espaços mais hostis para a população LGBT na cidade. Em espaços públicos, 51% dos entrevistados relataram já ter visto situações de homofobia, enquanto 46% afirmam ter passado pela mesma situação no transporte público.

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Em São Paulo, transporte público é considerado um dos ambientes mais hostis para a população LGBT

Casos de homofobia em espaços públicos

São muitas as situações de constrangimento às quais a população LGBT é submetida devido ao preconceito. Mesmo a maior cidade do Brasil, que abriga pessoas de todos os gêneros, também é palco para situações de ódio contra homossexuais.

No final do ano passado, uma psicóloga e uma jornalista sofreram preconceito em uma padaria renomada localizada no bairro Pompeia. O caso foi relatado por uma delas no Facebook e se tornou público. Elas trocavam carinhos em uma mesa quando foram abordadas por uma das funcionárias do estabelecimento.

“Olha, dois clientes já foram reclamar com o gerente o incômodo que vocês estão causando. Um deles, um senhor que estava com o filho e foi questionar que tipo de ambiente a padaria, que deveria ser um ‘ambiente familiar’, nesse momento está proporcionando. Então, eu peço a delicadeza de vocês serem discretas…”. Em meio ao constrangimento do pedido, elas preferiram deixar o local.

Mais recentemente, duas lésbicas foram agredidas em um quiosque em Santos, no Litoral de São Paulo. Elas relataram as agressões nas redes sociais e, assim como outros casos de violência contra mulheres, receberam apoio, mas também foram questionadas e desacreditadas por diferentes perfis. Entenda o caso, aqui.

Denuncie!

Os casos de homofobia e a intolerância contra pessoas LGBT são crimes! Se você foi vítima ou presenciou essa situação, saiba como denunciar:

  • Faça um Boletim de Ocorrência: toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia;
  • O Disque 100 é o número de telefone que recebe denúncias sobre pedofilia, abuso de crianças, trabalho infantil e homofobia;
  • Em São Paulo, há uma delegacia especializada em Delitos de Intolerância (DECRADI – que fica na Rua Brigadeiro Tobias. 527, 3º andar – Luz. Os telefones são: (11) 3311-3556 ou 3315-0151 – ramal 248);
  • As denúncias também podem ser feitas pela internet: www.humanizaredes.gov.br/disque100.