A repórter Júlia Guimarães, da Rede Globo, entrava ao vivo durante o Esporte Espetacular e antes da partida entre Japão e Senegal quando se tornou mais uma vítima dos casos de assédio na Rússia durante a Copa do Mundo. Um homem tentou beijá-la enquanto ela exercia seu trabalho.
“Não faça isso. Nunca mais faça isso. Eu não te permito fazer isso, nunca. Isso não é educado, isso não é certo. Nunca faça isso com uma mulher. Respeito!”.
A fala da repórter foi seguida por pedidos de desculpa do torcedor. Segundo Júlia, essa é a segunda vez que ela vive algo parecido durante a cobertura da Copa.
A Copa nem chegou à metade e mesmo assim muito já se fala sobre os casos de assédio na Rússia. Por isso, preparamos um post para que você entenda melhor o que algumas mulheres estão passando no país sede.
> Saiba mais sobre o assédio na Rússia sofrido pela repórter da Globo Júlia Guimarães;
> Entenda outros casos de assédio e desrespeito a mulheres na Rússia;
> Saiba como se proteger e denunciar agressores.
Assédio durante a cobertura da Copa
Além do caso que ganhou as redes sociais e revoltou os internautas, a repórter afirmou em entrevista ao globoesporte.com que é a segunda vez que passa por algo do gênero durante esta Copa do Mundo.
“Estou vivendo isso muito aqui na Rússia, desde olhares agressivos até cantadas em russo, que obviamente eu não entendo, mas sinto. E é a segunda vez que acontece algo físico, de um cara tentar me beijar. Na primeira vez, foi antes do jogo entre Egito e Uruguai, e eu acho que era russo. É horrível. Eu me sinto indefesa, vulnerável. Eu queria entender por que a pessoa acha que tem direito de fazer isso”.
Assédio na Rússia
Esse não é o primeiro caso de assédio na Rússia que viraliza na internet causando revolta. Ainda nos primeiros dias do mundial, um grupo de brasileiros fez um vídeo em volta de uma mulher russadizendo frases com referência à cor de sua pele e de seus órgãos genitais.
O constrangimento causado a uma mulher que nem mesmo entendia aquele idioma e foi sujeita a uma situação de ridicularização causou revolta para muitas outras mulheres, inclusive famosas.
O caso ganhou repercussão e os envolvidos foram expostos nas principais manchetes brasileiras. Mais recentemente, uma jurista russa denunciou os brasileiros que fizeram e divulgaram o vídeo ofensivo e machista.
Argentinos – Casos de assédio na Rússia e machismo também foram atribuídos a torcedores argentinos, que demonstraram conduta semelhante assediando russas e mulheres de outras nacionalidades. No geral, eles se aproveitam que elas desconhecem o espanhol e fazem com que repitam frases de teor sexual e obsceno. A atitude foi alvo de repúdio diplomático por parte da embaixada russa na Argentina.
Culpados devem ser penalizados
O assédio, independentemente de sua forma, não é um problema restrito aos eventos da Copa do Mundo da Rússia. Ele acontece a todo momento e, se você for mulher, é bem provável que já tenha passado por isso ou que conheça outras mulheres que foram vítimas.
A denúncia é fundamental para que os abusadores não agridam e façam outras mulheres passarem por esse tipo de situação.
O assédio não acontece somente quando há insinuação, toque ou o abuso sexual propriamente dito. O assédio envolve toda situação que cause constrangimento, humilhação ou sentimento de insegurança à mulher. Saiba como denunciar:
- Faça uma advertência verbal ao assediador;
- Preste atenção para que saiba fornecer detalhes sobre ele. Se possível, reúna provas;
- Preferencialmente, procure uma Delegacia da Mulher e faça um boletim de ocorrência. Caso não tenha uma próximo a você, ele pode ser feito em uma delegacia comum;
- Se preferir, denuncie o assédio pelo Disque 100, que funciona 24 horas por dia e sete vezes por semana;
- Você também pode reportar o assédio pelo Disque Denúncia 181.
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