Desmanche, venda ilegal, uso para outros roubos e crimes. São diferentes as motivações criminosas que fazem com que centenas e até milhares de veículos sejam roubados todos os dias no Brasil. Sem medo de uma fiscalização falha, bandidos vão além, e um carro roubado em território brasileiro pode aparecer circulando livremente no Uruguai ou em outros países da fronteira.
Na última semana, a polícia do Rio Grande do Sul desmontou uma quadrilha especializada em negociar e mandar veículos em situação irregular para o Uruguai. Carros brasileiros roubados, clonados ou com ação de busca e apreensão andam tranquilamente no país.
Mais de 500 mil carros são roubados ao ano no Brasil, mas a polícia não sabe precisar quantos deles são levados e atravessam a fronteira.
Preparamos um post completo para você saber como funciona a ação dos criminosos e como evitar ser vítima desse tipo de crime:
> Operação Los Hermanos: carro roubado no Brasil circula sem fiscalização no Uruguai;
> Saiba quais são os carros mais visados pelos bandidos;
> Dicas para evitar que seu veículo seja alvo de roubo ou furto.
Veículos ilegais circulam sem fiscalização no Uruguai
Um carro furtado em frente à casa, uma mulher que não conseguiu pagar as parcelas de seu novo carro e decidiu vendê-lo ao vizinho, mas nunca recebeu o dinheiro, um homem que descobriu que um carro idêntico ao seu circulava também com a mesma placa em território estrangeiro. O que todos esses casos têm em comum? Eles foram vítimas de uma série de operações ilegais que envolvem a venda de veículos brasileiros no Uruguai.
O golpe cresce e ganha força nas redes sociais. Quadrilhas usam a internet para negociar todo tipo de carro roubado, com multas, mandado de busca e apreensão, sem documentação ou veículos cujos donos já morreram.
A polícia acredita que desde setembro de 2017 500 carros já entraram no Uruguai de forma ilegal, sendo vendidos por valores entre 5 e 20 mil reais, gerando uma movimentação de mais de R$ 5 milhões.
Fiscalização – A falta de fiscalização adequada na fronteira entre os dois países e a possibilidade de rotas alternativas facilitam a ação dos bandidos.
Com depósitos cheios, a polícia uruguaia não consegue apreender todos os carros brasileiros, já que falta até mesmo locais onde colocá-los. O resultado disso é que os veículos que saem do Brasil quase não são alvos de fiscalização do lado uruguaio, circulando livremente sem nenhuma documentação.
Aplicativo – O aplicativo Sinesp Cidadão foi idealizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública e desenvolvido essencialmente para consultas da população. A ferramenta permite que qualquer pessoa, em todo o país, possa consultar em tempo real, pelo computador, ou por qualquer dispositivo móvel, se determinado veículo consta como roubado, furtado ou clonado.
Operação Los Hermanos – Uma quadrilha familiar foi desmontada na operação Los Hermanos da polícia. Responsáveis por esse tipo de crime com carros ilegais, eles eram procurados também pela polícia do Uruguai e vão responder por organização criminosa e receptação e adulteração de veículos.
Carros mais roubados pelos bandidos
Carros mais caros e potentes não estão na lista dos mais roubados pelos criminosos
Nada de carros caríssimos ou marcas potentes, os carros mais roubados no Brasil estão entre os mais populares e os mais facilmente encontrados no trânsito no dia a dia.
Segundo o levantamento feito pela Susesp (Superintendência de Seguros Privados), que leva em conta os veículos mais vendidos no mercado, veja quais foram os carros mais roubados no país em 2017:
- Volkswagen Voyage – 1 a cada 59,63 – total de 1.753;
- Hyundai HB20 – 1 a cada 69 – total de 1.911;
- Volkswagen Golf – 1 a cada 71,9 – total de 248;
- Volkswagen Gol – 1 a cada 74,8 – total de 4.126;
- Chevrolet Onix – 1 a cada 85 – total de 1.158;
- Honda Civic – 1 a cada 85,9 – total de 1.355;
- Ford Ecosport – 1 a cada 93 – total de 1.067;
- Chevrolet Prisma – 1 a cada 98,6 – total de 962;
- Ford Ka – 1 a cada 100,7 – total de 1.216;
- Ford Focus – 1 a cada 106,9 – total de 593;
Como não ter seu carro roubado
Um carro roubado para que seja clonado, enviado para outros países da fronteira ou mesmo usado para outros crimes, não é necessariamente fruto de um assalto. No entanto, é impossível prever a ação dos criminosos.
Muitos carros roubados no país são levados para desmanche e venda de peças
Por isso, a especialista em segurança, advogada, psicanalista e ex policial civil, Vanessa Paiva, alerta para que, em caso de abordagem, não haja reação.
“O bandido pode ficar nervoso, se sentir inseguro e tentar atirar. Demonstre passividade e não reaja. Quando o ladrão sente que tem o controle da situação, isso não acarreta em problemas mais sérios naquele momento”.
Veja as dicas da especialista para evitar que seu veículo seja roubado:
- Cuidado ao estacionar – Priorize estacionamentos fechados ou ruas iluminadas, próximos a edifícios com vigia e câmeras de monitoramento;
- Não deixe seus pertences dentro do veículo – Evite despertar o interesse de pessoas mal intencionadas para que o há dentro do carro. Até mesmo uma sacola vazia pode ser vista como um objeto de valor;
- Não deixe documento dentro do carro – Isso vale para documentos do próprio veículo ou pessoais. Além de facilitar para que os criminosos andem com o carro com a documentação, eles podem investir em novos crimes contra o seu patrimônio;
- Verifique se o veículo está trancado – Sempre confira se o carro está trancado corretamente, especialmente no caso de travas automáticas, que podem falhar;
- Invista em dispositivos de segurança – Bloqueadores, localizadores e rastreadores, dispositivos como correntes de direção e chaves interruptoras são algumas táticas que podem desencorajar a ação de um ladrão;
- Evite deixar as chaves com manobristas e lavadores – Sempre que possível, leve a chave e deixe apenas o veículo, evitando uma possível cópia da chave, que pode ser feita rapidamente;
- Mantenha a distância do carro à frente – Simples, a medida permite que, caso você perceba uma ação suspeita, possa arrancar com o veículo rapidamente;
- Esteja sempre atento – Na hora de entrar na garagem, ao estacionar ou até mesmo ao parar em um semáforo, tenha uma boa percepção de tudo que acontece à sua volta. Se notar um comportamento suspeito, não pare e acione a polícia.
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