O Brasil chegou ao topo de um triste ranking em 2015 de acordo com a ONG Global Witness: o de países mais violentos para os ambientalistas. Fundada em 1993, a Organização investiga vínculos entre a exploração de recursos naturais e conflitos, pobreza, corrupção e abusos de direitos humanos a nível mundial. De acordo com seu último estudo, 185 pessoas foram assassinadas no ano passado defendendo suas terras e o meio ambiente em 16 países, 50 delas no Brasil.O número global revela um preocupante aumento de 60% em comparação com 2014, fazendo com que 2015 entre para a história como o período mais violento para os ambientalistas já registrado. Logo abaixo do Brasil estão Filipinas, com 33 mortes, Colômbia com 26 mortes e Peru e Colômbia empatados na quarta posição com 12 mortes cada.Ambientalista 2O Brasil foi o país mais violento do mundo para os ambientalistas em 2015, com 50 mortes registradas, afirma um relatório da ONG britânica Global Witness. No total, 185 pessoas foram assassinadas no ano passado defendendo suas terras e o meio ambiente em 16 países, o que representa um aumento de quase 60% na comparação com o ano anterior, o período mais violento da história.Os números divulgados pela Global Witness identificam o Brasil como o país mais perigoso para os defensores da ecologia, seguido por Filipinas (33 mortes em 2015), Colômbia (26), Peru (12) e Nicarágua (12). Mesmo que o número total pareça pequeno comparado com outras estatísticas de homicídio, é preciso lembrar que muitos ambientalistas se arriscam todos os dias em áreas remotas e isoladas, onde as mortes não são denunciadas.De acordo com a Global Witness, 67 dos ecologistas assassinados pertenciam a comunidades indígenas, o que também representa o maior número da história. Um dos possíveis principais motivos para esse aumento é a exploração cada vez maior das terras indígenas, que faz com que cada vez mais pessoas coloquem suas vidas em risco para defender o território.Os principais causadores de mortes em 2015 foram as indústias de extração e mineração, sendo apontadas como responsáveis por 42 mortes – o aumento aqui foi de 70% em comparação com 2014. Em muitos desses casos, os ambientalistas estão no local para tentar defender o direito de argumentação das comunidades, que não são consultadas sobre projetos de mineração que, se implementados, podem afetar as terras utilizadas fonte e alimento para toda a população local por meio da agricultura.Já as plantações agroindustriais em grande escala estão relacionadas a 20 casos, principalmente no Brasil e Filipinas, com 7 mortes cada. Outro fator ligado a 15 assassinatos foi o desmatamento, geralmente associado a madeireiros ilegais que entraram em áreas protegidas ou territórios indígenas.Para finalizar o estudo, a Global Witness alerta também para as políticas de criminalização que estão sendo adotadas em alguns países, principalmente da África. É Com leis criadas para atacar os ativistas e obstruir sua defesa legítima dos direitos sobre a terra e o meio ambiente, esses locais colocam em risco a liberdade desses profissionais que diariamente tentam diminuir os danos que as empresas de exploração causam para as comunidades indígenas e rurais.