Em 2016, o Brasil chegou a maior taxa de assassinatos já registrada no país. O Atlas da Violência 2018, que traz dados do Ministério da Saúde, aponta que naquele ano foram 62.517 homicídios, sendo 30,3 mortes por 100 mil habitantes. Até então, o maior índice era de 2014, com 29,8 assassinatos para cada 100 mil pessoas.
Segundo o estudo elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa corresponde a 30 vezes a registrada na Europa. Mais de 70% dos casos no Brasil foram praticados com armas de fogo.
A equipe do Violência Social separou os principais pontos destacados nesse novo Atlas da Violência para que você entenda as principais características dos casos de mortes por 100 mil habitantes. Neste post você vai ver:
> Os estados com os maiores índices de assassinatos e violência;
> O perfil dos jovens vítimas da violência urbana e que se tornaram parte da estatística de mortes;
> Questões como gênero e raça no que diz respeito a assassinatos.
Maior número de mortes por 100 mil habitantes – Os estados brasileiros
Se o índice de 30 mortes por 100 mil habitantes já é alto, essa realidade é ainda pior em determinados brasileiros e a discrepância nos dados impressiona.
Os campeões são os estados do nordeste. Em Sergipe, a taxa chega a 64,7, em Alagoas, o índice é de 54,2 e, no Rio Grande do Norte, 53,4, sendo este o estado com maior crescimento na taxa nos últimos 10 anos (alta de 256,9%). Mais atrás e abaixo da média nacional, Piauí registrou 21,8.
A taxa de São Paulo ficou em 10,9 mortes por 100 mil habitantes, sendo o estado que apresentou maior queda nos dados (diminuição de 46,1%). Além dele, apenas outros seis reduziram seus números: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal.
Jovens assassinados pela violência
No casos dos jovens, os números são ainda piores: 65,5 mortes por 100 mil habitantes. Foram 33.590 assassinados em 2016, um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior.
De acordo com o Atlas da Violência, os homicídios são responsáveis por mais da metade das mortes de homens entre 15 a 19 anos. Em um período de 10 anos, entre 2006 e 2016, mais de 320 mil jovens foram assassinados só no Brasil.
O perfil das vítimas mostra uma realidade ainda pior: 7 em cada 10 vítimas são negras, sendo a maioria delas do sexo masculino.
Homicídios e preconceito: raça e gênero
O racismo, assim como a desigualdade e a vulnerabilidade social, são questões bem evidentes quando se fala em mortes por 100 mil habitantes no Brasil. Negros morrem 2,5 vezes mais que não negros. Enquanto o índice de homicídios de negros chegou a 40,2, o de não negros ficou na casa dos 16. Mais de 70% das pessoas assassinadas a cada ano no Brasil são pretas ou pardas.
O mesmo índice de crescimento também acontece quando se fala de mulheres negras. Em 10 anos, a taxa de mortes entre elas aumentou 15,4%, enquanto houve queda de 8% entre as que não são negras.
Leia também
Envie seu Comentário