Lugar de crianças e adolescentes é aprendendo, brincando, estudando e sendo feliz próximo à família e aos amigos. No entanto, se menores estão à beira de estradas, é porque certamente há algo de errado. Um desses problemas é a exploração sexual infantil que ocorre em rodovias federais e estaduais de todo o Brasil.

O projeto Mapear, fruto de uma parceria entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a ONG Childhood Brasil, identificou 2.487 pontos vulneráveis a esse tipo de crime nas estradas do país entre 2017 e 2018. O aumento foi de 21% em relação ao período 2013-2014.

exploração sexual infantil

Para que você entenda mais detalhes sobre a exploração sexual infantil nas rodovias, preparamos um post que responde às principais questões sobre o assunto:

> O que são pontos vulneráveis;

> Rodovias federais X estaduais;

> Quais são os estados mais críticos no quesito exploração sexual infantil nas estradas;

> Como denunciar esse abuso.

 

Vulnerabilidade nas estradas

A PRF classifica determinados pontos das rodovias como “de baixo risco”, “de médio risco”, “de alto risco” ou “crítico” para a exploração sexual infantil. São levados em consideração fatores que aumentam a vulnerabilidade de determinado local, como a proximidade de postos de combustíveis, bares, casas de shows, pontos de alimentação e pontos de hospedagem, nesta ordem.

Também são considerados a periculosidade do local, a ocorrência de prostituição e o pouso noturno de caminhoneiros.

Entretanto, esses pontos não são, necessariamente, de efetiva exploração. O mapeamento não trabalha com registro de ocorrências, mas realiza um gerenciamento de riscos.

 

Rodovias federais e estaduais

O mapeamento e as ações policiais acontecem com abrangência nacional e, consequentemente, a exploração sexual infantil parece ter migrado para áreas fora da circunscrição da Polícia Rodoviária Federal.

Como em um processo de interiorização, os criminosos passam a atuar nas rodovias estaduais, onde a PRF não pode atuar.

A fiscalização desses pontos depende da polícia de cada estado e, para entender o que se passa dentro da realidade de cada região o mapeamento passa a depender de 27 burocracias diferentes na federação.

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Estados mais críticos

Os estados com maior número de pontos vulneráveis foram: Paraná (299), Pará (232), Goiás (185), Minas Gerais (184) e Ceará (180).

No entanto, o estado que ocupou o primeiro lugar do ranking das estradas mais perigosas para a exploração sexual infantil foi o Ceará, com 81 pontos classificados como críticos. Na sequência, Goiás tem 55 locais de intensa vulnerabilidade para esse tipo de crime.

 

Como denunciar?

Os relatos de violência sexual contra crianças e adolescentes tiveram crescimento de 29% pelo Disque 100 (voltado à denúncia de violação de direitos humanos) entre 2016 e 2017, após anos de queda.

O volume de denúncias pelo canal é ainda maior aos finais de semana, feriados e dias de jogo, o que pode associar os crimes, também, ao consumo de álcool e drogas.

Mas nada justifica a exploração sexual infantil, que deve ser denunciada! Se você testemunhar esse tipo de crime pelas estradas do Brasil, faça a sua parte na penalização dos criminosos:

  • Disque 100: o canal funciona 24h por dia, todos os dias da semana, e recebe denúncias de violação de direitos humanos, incluindo a violência contra crianças e adolescentes;
  • Ligue 181: relate o crime ao Disque Denúncia;
  • 190: o meio mais conhecido e direto com a Polícia Militar também recebe essas ocorrências;
  • Busque ajuda, reúna provas e registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.