O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) enfrenta invasões, ataques e ameaças a de morte em Rondônia. Assim como outras unidades de conservação do estado, ele precisa lidar com a pressão de movimentos como a grilagem de terra e o roubo de madeira. Esse tipo de situação, que já é crítica, se torna ainda mais grave em anos eleitorais.
Na última semana, uma equipe que fiscalizava roubo de madeira, formada por sete servidores do ICMBio, quatro policiais militares e dois policiais civis, teve o caminho bloqueado após uma ponte de 20 metros ter sido destruída dentro da Floresta Nacional (Flona) do Jacundá. Também foram destruídas pontes menores e árvores foram derrubadas.
A equipe precisou usar um caminho alternativo, atrasando o retorno em pouco mais de um dia. Ao sair, precisou contar com a proteção da PM.
Esses não são os únicos casos que afetam diretamente unidades de conservação e ambientalistas. Você vai entender de que forma acontecem os ataques e o que está por trás deles:
> O que é a grilagem;
> Veja outros ataques recentes a unidades de conservação;
> Críticas de Bolsonaro e validação.
Problemas ambientais: Grilagem
A grilagem de terras é a falsificação de documentos para tomar posse ilegalmente de terras devolutas ou de terceiros. O termo também se refere à venda de terras pertencentes ao poder público ou de propriedade particular por meio de falsificação de documentos de propriedade da área. O grileiro é o agente dessa atividade.
Em resumo, a grilagem é a usurpação da terra pública dando-lhe a aparência de território particular. É um dos procedimentos de ocupação ilegal.
Ataques recentes
Na semana passada, um terreno do Ibama cedido ao ICMBio foi invadido e loteado em Humaitá, no Amazonas, a 205 km de Porto Velho.
Em outubro de 2017, os escritórios do Ibama e do ICMBio foram incendiados por garimpeiros ilegais em retaliação a uma operação de fiscalização. Agora, mais de um ano depois, as unidades ainda não foram reinstaladas.
O ICMBio também enfrenta uma invasão de 250 pessoas na Flona do Bom Futuro, em Porto Velho. A invasão foi feita poucos dias antes do segundo turno das eleições.
Críticas de Bolsonaro
Os invasores e articuladores de ataques às unidades de conservação demonstram confiança de que serão regularizados a partir do próximo ano. A principal validação para eles é o discurso crítico do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
O capitão reformado do Exército já fez reiterados ataques ao que chama de “indústria de multas” e “ativismo ambiental xiita” do ICMBio e do Ibama e afirmou, durante compromisso de campanha em Porto Velho, que o país tem excesso de unidades de conservação.
Em 31 de agosto, ele afirmou: “Aqui em Rondônia são 53 unidades de conservação e 25 terras indígenas. É um absurdo o que se faz no Brasil usando o nome ambiental”.
Após o primeiro turno eleitoral, ele destacou o mesmo pensamento que dá ainda mais validação para quem ataca defensores ambientais. “Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil. Vamos tirar o Estado do cangote de quem produz”, em referência aos órgãos ambientais.
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