Mais de 51% dos paulistanos já foram vítimas ou viram outra pessoa sendo alvo de preconceito contra LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) em espaços públicos, enquanto outros 46% tiveram a mesma experiência no transporte público da cidade.

É o que aponta a 1ª Pesquisa da Diversidade realizada pela Rede Nossa São Paulo, que ouviu 800 pessoas por toda a cidade, sendo 46% do sexo masculino e 54% do sexo feminino. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

preconceito contra LGBT

Quanto à autodeclaração, a pesquisa aponta que 90% dos paulistanos disseram ser heterossexuais, 3% homossexuais, 2% bissexuais e 5% não souberam ou não responderam.

 

Tolerância

Quando foram estimulados a dar uma nota de 1 a 10 para o grau de tolerância de São Paulo em relação às pessoas desse segmento, metade dos entrevistados deram notas entre 7 e 10, demonstrando uma percepção de tolerância da cidade.

Outros 23% dos entrevistados consideram a capital paulista “nem tolerante, nem intolerante”. Esse mesmo percentual avalia São Paulo como intolerante. Cerca de 4% dos entrevistados não responderam ou não opinaram sobre essa questão.

 

Preconceito contra LGBT: cidade hostil

Ainda que seja avaliada, predominantemente, como uma cidade tolerante, São Paulo pode ser considerada hostil para essas pessoas. Ainda que lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros representem 5% da população, 5 em cada 10 entrevistados já presenciaram ou foram vítimas de homofobia ou algum tipo de preconceito contra LGBT em espaços ou transportes públicos da capital.

preconceito contra LGBT

Embora muitos considerem São Paulo como uma cidade tolerante, 5 em cada 10 pessoas já presenciaram atos de homofobia.

 

Recorde de mortes por homofobia

O ano de 2017 foi o mais letal para a população LGBT no Brasil. A homofobia foi a motivação de crimes que levaram 445 pessoas à morte.

No ano passado, o preconceito contra LGBT foi responsável por uma vítima a cada 19 horas, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), que registrou o maior número de casos desde que o monitoramento passou a ser realizado, há 38 anos. Em relação a 2016, o aumento foi de 30%.

Em janeiro deste ano, a ONG Human Rights divulgou um relatório a respeito da violação dos direitos humanos no Brasil. O relatório destaca que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebeu 725 denúncias de violência, discriminação e outras formas de preconceito contra LGBT apenas no primeiro semestre de 2017.

 

Denuncie!

A homofobia é crime! Diariamente, pessoas em todo o mundo são mortas pela intolerância à sua identidade de gênero ou orientação sexual. Denunciando os casos, você contribui para que os culpados sejam responsabilizados e para que índices alarmantes como esses comecem a cair.

preconceito contra LGBT

Saiba como denunciar o preconceito contra LGBT:

  • Faça um Boletim de Ocorrência. Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia;
  • Em caso de agressão física, não lave ou troque de roupas, assim possíveis provas não são deslegitimadas através de Exame de Corpo de Delito;
  • Em caso de danos à propriedade, como roupas, símbolos e bandeiras, os objetos devem ser levados da forma que foram encontrados para que passem por análise das autoridades;
  • O Disque 100 é o número de telefone que recebe denúncias sobre pedofilia, abuso de crianças, trabalho infantil e homofobia;
  • Em São Paulo, há uma delegacia especializada em Delitos de Intolerância (DECRADI – que fica na Rua Brigadeiro Tobias. 527, 3º andar – Luz. Os telefones são: (11) 3311-3556 ou 3315-0151 – ramal 248);
  • As denúncias também podem ser feitas pela internet: www.humanizaredes.gov.br/disque100.

 

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