Se você não vivenciou essa experiência, é provável que conheça alguém que já passou por isso ou soube de um caso bem próximo a você. Os casos de roubos a comércios e estabelecimentos acontecem todos os dias por todo o Brasil. Mas você, cliente que está no local no exato momento em que os bandidos anunciam o crime, saberia como agir em um assalto desse tipo?
Mas qual é a postura ideal para que essa situação seja o menos traumática possível e não haja problemas mais sérios nesse momento?
Para responder essas questões, fazer com que você entenda melhor esse cenário preocupante e saiba como se proteger, o Violência Social preparou um post completo com tudo o que você precisa saber:
> Os números de assaltos a comércios em bairros do Rio de Janeiro;
> Relembre casos e diferentes reações de clientes que foram vítimas;
> Dicas valiosas para a segurança: saiba como agir em um assalto a comércio.
Assaltos a comércios no Rio de Janeiro
A epidemia de roubos e assaltos se alastra por todo o território nacional, mas algumas regiões chamam ainda mais atenção.
Segundo dados do Instituto de segurança Pública (ISP), na região da Barra da Tijuca e Recreio, no Rio de Janeiro, foram 108 roubos a estabelecimentos comerciais entre os meses de abril e agosto deste ano, 89% a mais que no mesmo período de 2017.
Na Tijuca, o comércio não escapa e a média é de uma loja assaltada por dia, sendo 80 somente no primeiro trimestre deste ano.
No bairro Santa Catarina, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, alguns comerciantes apelam até mesmo para o uso de grades em seus estabelecimentos. Entre janeiro de 2017 e janeiro deste ano, os números de roubos a comércios subiram 171,4%.
Mudança – Seguindo essa mesma rotina de medo e insegurança entre comerciantes, algumas lojas reduziram o horário de funcionamento ou ficam abertas somente durante o dia.
Diferentes reações de vítimas
Embora a orientação de especialistas e policiais seja sempre de que a vítima não reaja, nem todo o mundo consegue manter a calma e evitar as atitudes impulsivas diante do problema, muitas vezes colocando em risco a própria vida e a de outras pessoas envolvidas.
Como não há um manual 100% seguro de como agir em um assalto a estabelecimentos, algumas pessoas acabam se tornando vítimas das próprias reações de “ataque” aos bandidos.
Em abril deste ano, um cliente reagiu à tentativa de assalto a um mercadinho em João Pessoa, na Paraíba. Dois homens chegaram ao comércio de motocicleta e anunciaram o roubo, o cliente armado atirou e o criminoso que estava no carona foi atingido. A esposa do dono do mercadinho passou mal durante a ação, mas outros clientes não se feriram.
Em agosto, a história não teve o mesmo final para um homem que reagiu a um assalto em uma loja em São João da Barra, no Rio de Janeiro.
Imagens da câmera de segurança do estabelecimento que fica no Norte Fluminense mostram o momento em que o cliente tenta segurar o braço do assaltante, que foge depois de lutar e atirar contra a vítima. O homem precisou ser socorrido e foi levado para atendimento no hospital, porém sem risco de morte. Em meio à briga, o capuz do ladrão foi retirado e seu rosto foi revelado. A polícia segue com as investigações à procura do suspeito.
EUA – Também em agosto deste ano, clientes reagiram a um roubo a uma loja da Apple de Thousand Oaks, em Los Angeles. Na ocasião, os clientes não se intimidaram com a ação dos bandidos e renderam os criminosos, mantendo-os em segurança até a chegada da polícia, que os autuou em flagrante.
Como agir em um assalto a estabelecimentos?
Diante do medo, da insegurança e de casos de reações que causaram danos às próprias vítimas e clientes, como agir em um assalto a comércio? É impossível estar completamente preparado para uma situação como essa, mas pensar sobre o assunto e tentar agir racionalmente é o primeiro passo para que não ocorram maiores problemas.
Com sua experiência na Polícia Civil de Pernambuco, a também advogada e psicanalista Vanessa Paiva avalia que, durante uma ação como um assalto, é impossível saber quem é a outra pessoa – e isso vale de ambos os lados. As vítimas não sabem se o bandido será capaz de atirar e o criminoso está com a adrenalina altíssima, já que sua vida corre risco e ele não sabe se poderá ser surpreendido.
“O ladrão que é iniciante fica nervoso, inseguro, se sente ameaçado e pode atirar caso você se esconda ou se abaixe, por exemplo. Ele não sabe se você vai pegar uma arma e tentar contra a vida dele”.
E dá dicas essenciais sobre como agir em um assalto a comércio:
- Não fuja e não se esconda: essas situações podem ser vistas pelo ladrão como um risco a ele;
- Não o enfrente e não reaja;
- Não abaixe ou faça movimentos bruscos;
- Não encare os criminosos;
- Fique paralisado e faça o que ele mandar: para que tudo aconteça com o menor problema possível às vítimas, o criminoso precisa sentir que tem o controle;
- Levante as mãos e demonstre calma;
- Fale, mas não discuta: você pode falar e explicar o que pretende fazer, como se abaixar ou levar as mãos ao bolso para entregar ao que ele pediu, mas não grite ou discuta;
- Concentre-se na sua respiração: respirando mais pausadamente você oxigena melhor o cérebro, tem mais percepção sobre o que está acontecendo e pode agir mais racionalmente.
“Se você demonstrar passividade, o ladrão sente que tem o controle e isso não acarreta em problemas mais sérios naquele momento. Essa não é uma situação que será resolvida pelo cidadão comum, é uma obrigação do Estado e da polícia, que está preparada para isso”.
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