Mais de 11,5 mil pessoas foram assassinadas no Brasil somente nos três primeiros meses deste ano. Os dados foram levantados pelo portal G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, levando em consideração a lei de acesso à informação e a transparência exigida dos estados. O número de assassinatos em 2018 pode ser ainda maior, já que cinco estados não deram retorno com estatísticas oficiais.

Esse índice nacional de homicídios leva em conta os casos registrados mês a mês, sendo que Bahia e Paraná não informaram números de assassinatos em 2018 em nenhum dos meses deste ano.

Dos mais de 11,5 mil casos, 3.716 mortes aconteceram somente em março. A estatística leva em conta os homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, que compõem os crimes violentos letais e intencionais.

assassinatos em 2018

Os estados do nordeste e, em janeiro, também no norte, aparecem entre os mais violentos e com maior índice de mortes para cada 100 mil habitantes. Em março, Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe ocuparam posição de destaque negativo no mapa da violência no Brasil.

 

Assassinatos em 2018 X 2016

Os dados sobre os primeiros 90 dias do ano preocupam. Levando em consideração os mais de 11,5 mil assassinatos em 2018, a média fica próxima a 130 mortes por dia. Mesmo que a taxa seja alta e demonstre uma realidade bastante violenta no país, ainda está consideravelmente distante dos índices de 2016, o ano que atingiu o maior número de mortes violentas no Brasil.

Naquele ano, mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios, fizeram 61.619 vítimas, de acordo com levantamento do Anuário do Fórum de Segurança Pública, divulgado no final do ano passado.

assassinatos em 2018

Os 168 óbitos por dia, aproximadamente sete por hora, e os mais de 61 mil mortos em 2016 no Brasil equivalem às mortes provocadas no momento da explosão da bomba atômica sobre Nagasaki, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.

Os estados do norte e nordeste também tiveram as maiores taxas por 100 mil habitantes naquele ano. Os que registraram mortes violentas foram Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pará e Amapá.

 

Dá para prevenir?

É impossível prever se você será vítima de um crime. As mortes violentas, por exemplo, acontecem de toda natureza: de latrocínios, o caso de roubo seguido de morte, a assassinatos previamente planejados por motivações diversas.

Algumas atitudes, no entanto, podem evitar que você se torne vítima e entre para as tristes estatísticas sobre segurança pública no Brasil:

  1. Esteja sempre atento a todos os aspectos da sua vida e protejas suas vulnerabilidades – muitas vezes os criminosos estudam suas vítimas antes de agirem e podem se aproveitar, inclusive, de brechas emocionais para conseguirem uma aproximação;
  2. Escolha suas companhias – você pode, sim, ter muitos amigos. Mas é fundamental que apenas um círculo mais restrito saiba suas informações mais íntimas e delicadas;
  3. Invista na sua segurança – aposte em alarmes e serviços que possam oferecer segurança ao seu veículo e à sua casa, por exemplo;
  4. Em casa, cuidado com objetos perigosos e com os de valor – mesmo na proteção do seu lar, é importante guardar seus itens mais valiosos com cuidado e segurança. Atenção redobrada a objetos perigosos, como facas;
  5. Certifique-se sobre as pessoas que frequentam sua casa – cuidado com novos amigos ou companhias que você leva para esse espaço tão pessoal. Atente-se também na hora de contratar trabalhadores e pessoas em quem você precisa depositar a confiança no dia a dia;
  6. Evite andar sozinho em áreas perigosas – algumas vizinhanças, bairros ou ruas são mais conhecidos pela falta de segurança ou pelos índices de roubos. Tome cuidado e evite esses trajetos;
  7. Quebre a rotina – faça caminhos diferentes, mude rotas e horários. Quanto menos você seguir um padrão no dia a dia, mais difícil será para que criminosos consigam planejar uma ação contra você;
  8. Evite a falsa sensação de segurança – não é porque você mora em determinado lugar ou porque está acostumado a passar por ali que não será vítima de um roubo ou crime. Fique atento e não exponha seus objetos pessoais de valor.

assassinatos em 2018

 

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