Os pontos turísticos das principais cidades do Brasil vão além de espaços para apreciação de belezas naturais ou monumentos, eles funcionam como engrenagens que contribuem com a movimentação direta da grande máquina da economia nacional.
Uma das atividades de maior expansão no mundo e com alto poder de agregar serviços e negócios, o turismo estimula diferentes atividades produtivas e envolve um segmento com alto poder de compra, impactando diretamente no nosso PIB (Produto Interno Bruto).
A violência, a criminalidade e a insegurança em parte dos principais pontos turísticos do país são problemas que afetam especificamente esse setor que, apesar de grande e consolidado, ainda tem tanto potencial de crescimento.
Lugares famosos e queridos por turistas brasileiros e estrangeiros se tornaram espaços de medo. Há quem deixe objetos de valor no hotel, outros não investem todo o potencial que o passeio poderia oferecer e, parte deles, prefere nem mesmo correr o risco.
> Pontos turísticos e violência: o que o Rio de Janeiro perde em função da criminalidade;
> Veja o caso de turistas estrangeiros que foram roubados na trilha que leva ao Cristo Redentor;
> Movimentação de turistas no Ceará diminui como reflexo dos ataques sofridos no estado;
> Saiba dicas e cuidados você deve tomar ao viajar com a família.
Pontos turísticos, violência e economia
Monumentos conhecidos, praias badaladas, paisagens dignas da eternização em fotos e vídeos. Essa é uma visão de diferentes regiões do Brasil, no entanto, muitos dos lugares paradisíacos em território nacional são ofuscados pela criminalidade e pela sensação de insegurança. Pontos turísticos são dominados pela violência e afugentam aqueles que anseiam conhecer as belezas do novo.
Em 2011, o grupo de pesquisa “Turismo, Meio Ambiente Urbano e Inclusão Social” da Universidade Federal Fluminense (TUTisUFF) apontou o medo da violência como um dos principais fatores na limitação de escolha de destinos.
Em 2017, o jornal O Globo divulgou estatísticas oficiais que apontavam que, a cada 90 minutos, um turista é assaltado (brasileiro ou estrangeiro). Cerca de 92% desses casos aconteceram no Rio de Janeiro e as praias, especialmente a de Copacabana, são os locais com maior incidência. Outros pontos turísticos de risco para os turistas são a trilha da Floresta da Tijuca e o bairro de Santa Teresa.
Impacto econômico – Também em 2017, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou uma perda de R$ 657 milhões entre os meses de janeiro e agosto em função da violência no Rio. Bares, restaurantes, transportes, hotéis, pousadas, atividades culturais e de lazer tiveram seus serviços cancelados ou afetados por situações de violência vividas na cidade.
Assalto a turistas estrangeiros
No dia 3 de janeiro deste ano, dois turistas suíços foram assaltados na trilha que liga o Parque Lage e o Corcovado, na Zona Sul do RJ, caminho bastante usado por quem quer visitar o Cristo Redentor a pé. Abordados por três homens que portavam facas, eles foram obrigados a entregar celulares, câmeras, carteiras e tudo o que tinham.
Eles registraram o crime na Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat), que estavam cheias. Além deles, outras 40 pessoas tiveram seus pertences levados em situações semelhantes.
Ataques no Ceará e a queda do movimento de turistas
Desde o dia 2 de janeiro, o estado do Ceará já registrou mais de 170 ataques de facções criminosas, incluindo incêndios a ônibus, prédios públicos e comércio. A violência parte dos bandidos que tentam fazer com que o Governo do Estado desista da proposta de acabar comcelulares nos presídios e não permitir a divisão de presos nas detenções por facção.
Tamanha onda de violência afasta os visitantes e o setor turístico é diretamente afetado. Segundo a Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará (AMHT), o cancelamento e a remarcação de reservas para hotéis e pousadas devido aos ataques em Fortaleza e cidades mais distantes, como Jericoacoara, reduziram os índices de ocupação hoteleira no estado de 85% para 65%.
O estado estava preparado para receber mais de 1 milhão de turistas nesta alta temporada (cerca de 100 mil do exterior) e esperava um retorno econômico de R$ 2,9 bilhões, o que deve ser revisto. Para especialistas, feriados como o carnaval e a Semana Santa podem ter efeitos ainda mais drásticos.
Dicas para viajar em família com segurança
Está pensando em viajar com toda sua família? “Atenção” é a palavra-chave para que você viva momentos inesquecíveis em segurança. Para o especialista em segurança e diretor de operações do Grupo Pro Security, Manoel W Fonseca, é fundamental fazer uma pesquisa sobre os índices de criminalidade no local para onde se pretende viajar.
“Normalmente as Secretarias de Segurança Pública dos Estados possuem este tipo de estatística, e também é possível obter algumas informações pela internet. Sabendo os principais crimes e suas áreas de incidência na localidade, fica mais fácil tomar as medidas preventivas para se resguardar”.
Fonseca alerta ainda que os pontos turísticos podem se tornar lugares-alvo dos criminosos, por isso o cuidado deve ser redobrado.
“O turista está encantado com tudo que tem à sua frente e acaba se descuidando da segurança, criando a oportunidade para a ação dos bandidos que aproveitam a oportunidade”.
Em época de temporada, as localidades mais procuradas pelos turistas costumam contar com reforço no policiamento. Mas, isso não impede a ação dos criminosos.
“Para fazer um passeio tranquilo é aconselhável tomar algumas medidas preventivas, como não ostentar joias, celulares, bolsas ou valores em espécie. Dê preferência ao pagamento usando cartões de crédito; evite permanecer em áreas isoladas ou longe dos demais visitantes e não ande sozinho”.
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