Somente nos oito primeiros meses de 2018, 34.305 pessoas foram vítimas de mortes violentas no Brasil. E esse índice pode ser bem maior, já que nem todos os estados divulgam mensalmente seus índices sobre segurança pública e violência.

Os dados fazem parte do índice nacional de homicídios, uma parceria entre o portal G1, o Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os números são obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, seguem o mesmo padrão metodológico da elaboração do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e contabilizam todos os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte que, juntos, compõem os crimes violentos letais e intencionais.

Somente no mês de agosto foram mais de 3.400 mortes, e a realidade pode ser ainda pior, já que nem todos os estados divulgaram as informações.

mortes violentas no brasil

> Mortes violentas no Brasil: cenário comparável ao de uma guerra;

> Saiba quais são os estados mais violentos;

> Saiba como prevenir para que você não seja vítima de um crime violento.

 

Mortes violentas no Brasil: cenário de guerra

Em 2017, a taxa de mortes violentas intencionais no Brasil foi de 30,8 para cada 100 mil habitantes, quando morreram dessa forma 63.880 pessoas em todo o país, um avanço de 3% em relação ao que foi registrado em 2016. A média foi de 175 assassinatos por dia.

Isso significa que, já em 2016, a violência no Brasil matou mais que a guerra na Síria. Ainda que a afirmação pareça chocante, os números comprovam a realidade.

Enquanto naquele ano foram mais de 61 mil mortes violentas no Brasil, na Síria, os dados oscilam entre números expressivamente menores. O Departamento de Pesquisa sobre Conflitos e Paz da Universidade de Uppsala, na Suécia, estima que, em 2016, morreram no conflito sírio 44,3 mil pessoas. O Observatório para Direitos Humanos da Síria, por outro lado, fala em 49,7 mil mortes na Síria em 2016.

 

Os estados mais violentos

Estados do nordeste, sudeste e norte lideram o ranking entre os mais perigosos e com maiores registros de mortes violentas no Brasil.

No mês de agosto, os que ficaram com a situação mais crítica nesse ranking foram Bahia (398 homicídios), Rio de Janeiro (377) e Ceará (352). Completam a lista, ainda, entre os primeiros lugares, Pará (304), Pernambuco (287), São Paulo (257) e Minas Gerais (236).

De janeiro até julho foram registrados 2.738 mortes e, neste primeiro semestre, os primeiros lugares foram de Roraima, Rio Grande do Norte e Ceará.

As situações dos estados acendem um alerta sobre a necessidade de mudanças na segurança. Caso contrário, cada um deles pode encerrar 2018 com taxas de assassinatos acima de 50 por 100 mil habitantes.

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Desenhos representam jovens mortos no Rio de Janeiro e acendem alerta sobre a violência nos estados

 

Prevenção contra a violência

É impossível prever se você será, ou não, vítima da violência urbana, mas é possível se prevenir! Veja dicas para se proteger no dia a dia:

  1. Esteja sempre atento e protejas suas vulnerabilidades – muitas vezes os criminosos estudam suas vítimas antes de agirem e podem se aproveitar de brechas emocionais para conseguirem uma aproximação;
  2. Escolha suas companhias – eleja um pequeno círculo de amigos que saibam suas informações mais íntimas e delicadas;
  3. Invista na sua segurança – aposte em alarmes e serviços que possam oferecer segurança ao seu veículo e à sua casa;
  4. Em casa, cuidado com objetos perigosos e com os de valor – mesmo na proteção do seu lar, é importante guardar seus itens mais valiosos com cuidado e segurança. Atenção redobrada a objetos perigosos, como facas;
  5. Certifique-se sobre as pessoas que frequentam sua casa – cuidado com novos amigos ou companhias que você leva para esse espaço tão pessoal. Atente-se também na hora de contratar pessoas em quem você precise depositar a confiança;
  6. Evite andar sozinho em áreas perigosas – algumas vizinhanças, bairros ou ruas são mais conhecidos pela falta de segurança ou pelos índices de roubos. Tome cuidado e evite esses trajetos;
  7. Quebre a rotina – faça caminhos diferentes, mude rotas e horários. Quanto menos você seguir um padrão, mais difícil será para que criminosos consigam planejar uma ação contra você;
  8. Evite a falsa sensação de segurança – não é porque você mora em determinado lugar ou porque está acostumado a passar por ali que não será vítima de um roubo ou crime. Fique atento e não exponha seus objetos pessoais de valor.