Não dá para saber de onde ela vem, quando vem e quem será sua vítima. Pessoas indo ao trabalho ou se divertindo, crianças brincando ou até bebês e animais. Nem mesmo é preciso estar em meio a um tiroteio, vítimas e mortes por bala perdida acontecem praticamente todos os dias no Brasil.

Um estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) revela que o Brasil é o segundo país na América Latina e Caribe em casos de bala perdida e o terceiro em número de mortes causadas por elas, ficando atrás apenas da Colômbia e da Venezuela.

Em 2017, a média no Rio de Janeiro era de uma morte por bala perdida a cada sete horas, mas os dados que estipulam quantos desses tiros são disparados diariamente – ainda que sem vítimas – ainda é incerto.

bala perdida

A realidade é alarmante e, por isso, fizemos um post para que você fique bem informado e preparado caso esteja em meio a um tiroteio:

> Entendas os dados sobre bala perdida no Rio de Janeiro e em todo o Brasil;

> Relembre os casos que geraram comoção nacional;

> Saiba como se proteger em meio a uma troca de tiros.

 

Casos de bala perdida: panorama nacional

A pesquisa Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que nove em cada dez moradores do Rio de Janeiro têm medo de tiroteio, bala perdida ou de ser morto em um assalto.

O medo tem razão de existir, já que o Rio é a capital com os maiores números absolutos de crimes violentos no país, registrando 1.446 assassinatos em 2016.

O levantamento trouxe dados ainda mais impressionantes: 30% dos entrevistados já estiveram meio ao fogo cruzado entre bandidos e polícia no último ano. Três em cada quatro ouviram barulho de tiroteio nesse mesmo período.

Cerca de 8% dos que responderam às perguntas já foram vítimas de bala perdida ou tiveram algum familiar atingido – o equivalente a mais de 400 mil cidadãos.

Intervenção militar – A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro acabou de completar quatro meses, mas o que mudou nesse tempo? O Observatório da Intervenção, grupo de especialistas que monitora suas ações, o número de tiroteios cresceu 36% no período.

De acordo com as medições do aplicativo Fogo Cruzado, o Rio teve 2.355 trocas de tiros nos quatro meses que antecederam o decreto do presidente Michel Temer e, nos últimos quatro meses, foram 3.210 ocorrências.

 

Vítimas de bala perdida

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Disputa entre bandidos, confrontos com a polícia ou mesmo disparos feitos de maneira irracional fazem vítimas e aumentam as estatísticas da criminalidade no Brasil.

O pequeno Arthur Aparecido Bencid Silva, de apenas 5 anos, brincava no quintal de casa depois do Reveillón deste ano, na Vila Sônia, Zona Sul de São Paulo, quando foi alvejado na parte superior da cabeça e não resistiu.

Alessandra dos Santos Soares, de 26 anos, também foi vítima de bala perdida sem nem mesmo sair de casa. Ela morava no Morro da Coroa, no Catumbi, na Região Central do Rio, quando foi atingida por um tiro no pescoço e nem chegou a ser socorrida. A vítima era mãe de duas meninas, uma de dois anos e outra de apenas dois meses.

Grávida – A jovem Karolayne de Almeida Alves Nóvoa, de 19 anos, havia saído com o marido para comprar um salgado no conjunto de favelas do Alemão, também no Rio, quando uma bala perdida a atingiu no pulmão. Grávida de seis meses na época, ela foi operada e internada. Os médicos também tentaram salvar a vida do bebê, que acabou morrendo.

 

Como se proteger em caso de tiroteio?

Diante da violência urbana, é preciso estar atento! Caso uma troca de tiros comece próxima a você, é fundamental saber que é possível se proteger e evitar ser atingido. Ainda que não funcione como uma receita de bolo, algumas dicas são fundamentais para garantir a sobrevivência:

  • Ao ouvir o barulho dos disparos, abaixe-se imediatamente, dessa forma você diminui a área de alvo do atirador;
  • Fique atento e identifique de onde vêm os tiros para poder fugir na direção oposta;
  • Rasteje em busca de abrigos atrás de anteparos sólidos, como estruturas de concreto ou aço. Evite objetos e locais que podem ser facilmente perfurados;
  • Se não houver onde se abrigar, deite no chão;
  • Caso esteja dentro do carro no início do tiroteio, abaixe-se o máximo que puder. Se possível, deslize para fora do veículo e deite no chão;
  • Quando estiver em segurança, busque ajuda.

 

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