O contexto é triste e beira à covardia: todos os dias inocentes perdem a vida em meio a confrontos armados entre criminosos e policiais. Em média, três pessoas são vítimas de bala perdida por dia no Rio de janeiro. Em boa parte das ocorrências, cidadãos comuns se vão sem nem mesmo saberem o que estava acontecendo, e se tornam números das estatísticas sobre a violência no estado.

Em 2017, o jornal Extra fez um levantamento com base em dados da Polícia Civil que revelou que, entre janeiro e julho daquele ano, 632 pessoas foram feridas por balas perdidas no Rio. A média é de mais de três ocorrências por dia, cerca de uma a cada sete horas. Desse total, 67 vítimas morreram.

Os dados demonstram que as áreas mais pobres são as mais atingidas por tiroteio e problemas envolvendo bala perdida. Na capital, a Zona Norte foi a que registrou mais casos, com 145 feridos.

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> Violência sem direção: inocentes vítimas de bala perdida na escola e no útero;

> Primeiros dias de 2019: jovem morre vítima de bala perdida em comunidade do RJ;

> Proteja-se e saiba como agir em caso de tiroteio.

 

Violência sem direção

Inesperadamente cruel. Talvez essa seja a melhor definição para as tragédias envolvendo balas perdidas. Tiroteios envolvendo os verdadeiros culpados podem terminar com a morte de inocentes – até mesmo em lugares que poderiam ser considerados seguros.

Também em 2017, o bebê Arthur foi atingido por um tiro ainda no ventre da mãe, Claudineia dos Santos, na Favela do Lixão, em Duque de Caxias. Na ocasião, havia um tiroteio entre policiais militares da 15º BPM de Caxias e traficantes do local.

A pequena Samara Gonçalves foi baleada quando brincava dentro do Colégio Estadual Ricarda Leon, no Parque São José, na Baixada Fluminense. A PM informou que no momento em que a menina foi atingida, havia um tiroteio entre bandidos rivais das favelas Colejão e Parque Floresta, distantes da escola.

 

Primeiros dias de 2019: vítima de bala perdida dentro de casa

No dia 3 de janeiro deste ano, a jovem Marina Silva, de apenas 22 anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida quando estava dentro de casa, na comunidade da Palmeirinha, em Guadalupe, Zona Norte do Rio.

Ela estava com a mãe, os irmãos e os dois filhos, de 4 e 1 ano, quando acontecia um tiroteio na comunidade. Uma bala atravessou a janela e acertou a cabeça da jovem, que faleceu nos braços da mãe.

 

Como agir para não ser vítima de uma bala perdida?

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É difícil prever quando um tiroteio pode começar, mas se você está em uma área ou região de risco, é fundamental que a atenção seja redobrada. Veja algumas dicas da Cruz Vermelha para que você não seja vítima de uma bala perdida:

  1. Se você estiver na rua e, de repente, começa um tiroteio, imediatamente procure um abrigo no prédio ou casas mais próximos;
  2. Fique longe das janelas. Se elas forem atingidas por uma bala perdida, o vidro quebrado pode ferir ou até matar. Procure um cômodo que tenha, pelo menos, duas paredes de tijolos separando você e o local de onde vem o som de tiros;
  3. Caso não seja possível, se jogue no chão. Tentar correr para casa durante um tiroteio pode ser até pior. Fique esperto em casos de tiros disparados para o ar, afinal, tudo que sobe, desce!;
  4. Assim que possível, se arraste, sem se levantar, para um local mais seguro;
  5. Nunca seja curioso. Saia do seu abrigo ou chegue próximo à janela somente quando tiver certeza que o perigo acabou;
  6. Em momentos como esse, se precisar avisar alguém, é bom ter à mão uma lista com os números de telefones mais importantes. Nervoso, fica mais difícil lembrar o número de uma pessoa conhecida.

 

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