Quase 700 ambientalistas mortos no século 21 no Brasil

Quase 700 ambientalistas já foram mortos no Brasil desde o início do século 21, de acordo com levantamento da Global Witness publicado pelo jornalista Jamil Chade no UOL.

É um número alto, que choca, mas que infelizmente é só mais uma das estatísticas graves computadas no país contra ambientalistas. Vale lembrar que o Brasil é considerado o local mais perigoso do mundo para os defensores da segurança do meio ambiente.

A situação do Brasil é bem diferente da vivida por outros países. No mundo todo, o Global Witness estima que 164 ativistas ambientais tenham morrido em 2018 contra ao avanço de garimpeiros, madeireiras e agricultores.

O Brasil sempre esteve na liderança desde a criação do ranking há 20 anos. O relatório prevê aumento nas estatísticas em caso de concretização de propostas do governo federal, como a que legaliza o trabalho dos garimpeiros.

No interior do Brasil, principalmente em estados das regiões norte e nordeste, o conflito por terras marca a luta pela moradia e o direito à propriedade. Grupos indígenas, quilombolas e movimentos sem-terra disputam áreas rurais com fazendeiros, madeireiros, agentes do agronegócio e até mesmo grileiros.

Em 2017, de acordo com relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra), a violência no campo atingiu o maior número de assassinatos desde 2003, registrando 70 mortes, um número 15% maior em relação ao ano anterior.

Ainda que as ocorrências de conflito por terras envolvam, principalmente, trabalhadores rurais sem-terra, fazendeiros, posseiros e madeireiras, muitos assassinatos acontecem também em áreas indígenas e quilombolas.

Foram diferentes vítimas somente no primeiro semestre do ano passado, e todas elas levam à reflexão sobre a situação das terras de minorias no Brasil.

Em 2017, o ranking de estados com mais assassinatos em razão de conflito por terras foi: Pará (21), Rondônia (17), Bahia (10), Mato Grosso (9), Maranhão (5), Amazonas (3), Minas Gerais (2), Rio Grande do Sul (2) e Alagoas (1).

De acordo com dados da CPT de 1985 a 2016, o Pará concentrava 30% das mortes nesse contexto. A região é seguida pelo Maranhão, com 164 mortes, e pelo Mato Grosso, com 131 homicídios.

Vale lembrar também que no ano passado o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) enfrentou invasões, ataques e ameaças de morte a seus funcionários em Rondônia. Assim como outras unidades de conservação do estado, ele precisa lidar diariamente com a pressão de movimentos como a grilagem de terra e o roubo de madeira.

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