Meio Ambiente e Agricultura, o que representaria esta fusão?

Decisão inicialmente divulgada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro poderia prejudicar pautas defendidas por ambientalistas e também por empresários do agronegócio

Inicialmente pode até parecer que Meio Ambiente e Agricultura tratam sobre assuntos do mesmo segmento. No entanto, quando se fala de um país inteiro é possível perceber que um pouco tangencia aspectos fundamentais do outro e, por isso, uma fusão poderia representar retrocesso de ambos os lados.

Durante sua campanha eleitoral, o agora presidente eleito Jair Bolsonaro já falava sobre o interesse em unificar os dois assuntos.

Após o segundo turno das eleições e início da transição de governo, o capitão reformado reafirmou seu interesse em unificar os dois ministérios em uma outra pasta. Depois das críticas, ele se disse aberto a sugestões de setores do agronegócio que defendiam a manutenção da separação das pastas.

Questões e brigas ambientais de um lado, interesses de grandes empresários de diferentes áreas de outro. A possível fusão entre as pastas Meio Ambiente e Agricultura gera impacto para ambientalistas e empresários. Por isso, neste post você vai ver:

> Alguns aspectos de uma possível união entre segmentos;

> Recuo da decisão: Bolsonaro reavalia possibilidade de fusão entre Meio Ambiente e Agricultura.

 

O que representaria a união entre Meio Ambiente e Agricultura?

Os dois órgãos têm imensa relevância nacional e internacional, além de possuírem agendas próprias. A sobreposição de assuntos acontece apenas em uma pequena parcela dos temas debatidos: dos 2.782 processos de licenciamento que estão tramitando no Ibama atualmente, apenas 29 estão ligados à agricultura.

A fusão poderia acarretar em perdas no diálogo internacional e, principalmente, ameaçar o protagonismo do Brasil em importantes fóruns mundiais.

Tanto entidades ligadas à questão ambiental, quanto parlamentares de partidos da oposição, se manifestaram contrários à fusão. O Greenpeace Brasil, que representa tantos ambientalistas, afirmou em nota que esse possível cenário representaria um equívoco e afetaria o país em dois pontos de vista: o econômico e o ambiental.

Problemas ainda pouco debatidos e que precisam de mais atenção do governo, como a violência contra o índio, as ameaças constantes a ambientalistas feitas por grandes empresários, as verdadeiras guerras no campo e o desmatamento poderiam ser deixados de lado e ter sua situação ainda mais agravada.

 

Recuo e violência no campo

A possível fusão dos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura gerou polêmica e foi criticada por ministros, ex-ministros, ambientalistas e pelo agronegócio. Todo esse cenário fez com que Bolsonaro repensasse a decisão e voltasse atrás.

Um dia depois do anúncio que juntaria as duas pastas, ele recuou afirmando que elas permanecerão separadas, mas que escolherá alguém que não seja “xiita” em relação ao meio ambiente.

Segundo o presidente eleito, o objetivo é proteger o ambiente, sim, mas sem que isso crie “dificuldades para o progresso”.

ONGs e ambientalistas – Entre os maiores preocupados com uma possível junção estavam organizações que atuam na defesa do meio ambiente e ambientalistas. Segundo eles, a união poderia promover o aumento do desmatamento e maior violência no campo.

O principal anseio do agronegócio, por outro lado, é que exclusivamente os problemas ambientais seriam tratados pelo setor agrícola.

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